O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual, Jerson Domingos (PMDB), anunciou nesta manhã durante entrevista coletiva na Casa de Leis que está apoiando a reeleição do senador Delcídio do Amaral (PT) que é do grupo adversário, liderado por Zeca do PT.

O outro candidato a senador apoiado por Jerson é o deputado federal Waldemir Moka (PMDB). Com esta atitude, Jerson dá as costas para o outro candidato ao Senado de seu grupo político, o vice-governador Murilo Zauith () que voltou a viver crise em sua candidatura com a desistência do primeiro-suplente, o vice-prefeito de Campo Grande, Edil Albuquerque (PMDB).

“Sou Delcídio e Moka. Eu não poderia agir diferente. O suplente de Delcídio é meu cunhado como é que eu poderia não apoiá-lo”, disse Jerson referindo-se a Pedro Chaves que é casado com a irmã dele, Reny Chaves.

Além de razões familiares para apoiar Delcídio e não Murilo, Jerson citou ainda o relacionamento institucional com o senador e afirmou que não se sente cometendo uma infidelidade ao seu grupo político. “O senador atendeu os prefeitos que eu pedi [carreando recursos]. Não se trata de infidelidade porque eu não estou avaliando partido, mas sim o compromisso assumido pelo senador com prefeitos que eu ajudo”, respondeu.

Jerson avaliou ainda que Murilo enfrenta problemas atualmente porque não alicerçou sua candidatura quando a lançou. “Ele esteve totalmente ausente das administrações municipais. Qual é o compromisso que os prefeitos terão com este candidato? O Delcídio atendeu os prefeitos”, ressaltou.

O suplente de Murilo , Edil Albuquerque, abandonou a candidatura alegando que lideranças do PMDB e o governador André Puccinelli (PMDB) não estariam comprometidas com a candidatura do vice-governador ao Senado.

Ele avalia, segundo fontes, que o governador e líderes peemedebistas têm permitido e até ajudado Delcídio e Moka se consolidarem como os dois nomes com mais chances de eleição para o Senado , deixando Murilo de lado. De fato, a declaração de Jerson só confirma as desconfianças de Edil.

O presidente da Assembleia, contudo, nega que o governador tenha comportamento igual ao seu. Ele assegura que nas reuniões Puccinelli tem pedido votos para Moka e Murilo.

O vice-prefeito já havia desistido da suplência em junho e até rompido com o governador por suspeitar que Murilo não teria ajuda do governador na disputa. Porém, semanas depois foi convencido a continuar na suplência pelo próprio Puccinelli.

Edil foi uma indicação do prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB) e dos vereadores da base aliada para a suplência de Murilo. O vice-governador cobrava do PMDB a indicação de um nome de Campo Grande e ligado ao grupo de Puccinelli ou de Nelsinho para concorrer ao Senado na chapa do governador.