Comando do hospital afirma que quando Rita Oliveira foi atendida já havia sido afetada por diversas infecções, supostamente contraída no Hospital Regional

A direção do HU (Hospital Universitário) informou hoje, em coletiva de imprensa, que o hospital “nada errou” na ação clínica que deixou a estudante Rita Stephany de Oliveira, 19, sem falar nem andar após um procedimento cirúrgico para a retirada de cálculo renal, tido como simples entre os especialistas na questão.

A cirurgia aconteceu no dia 27 de janeiro deste ano, data que a garota perdeu os movimentos e, desde então, vive numa cama, com a ajuda de parentes. E, só agora, quase seis meses depois, é que o comando do hospital informou que o caso da estudante não se trata de erro médico.

Três médicos participaram da coletiva: o vice-reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Ricardo Tognini, professor de clínica cirúrgica no HU, José Carlos Dorsa, também professor do HU e Marcelino Jorge Ibrahin, diretor clínico do hospital.

Os médicos disseram que a estudante Rita Stephany já chegou ao hospital em situação grave. Diagnóstico preparado no HU apontava que a paciente havia sido afetada por diversas infecções, condição conhecida como septcemia.

Antes de ir para o HU, Rita tinha sido atendida em outras unidades de saúde, o HR (Hospital Regional) um deles, o último que tratou da estudante. No HR, ela ficou quatro dias devido a uma infecção urinária.

A mãe de Stephany protesta contra o hospital desde que a filha foi levada para a casa. Ele reclama que a direção do HU demorou a lhe entregar o prontuário que narra o histórico da estudante. A mãe suspeita que o hospital retardou a entrega do papel propositadamente.

Já o diretor do HU, Marcelino Jorge Ibrahim, disse que a solicitação do prontuário ocorreu no dia 5 de maio e o documento foi entregue dois dias depois, no dia 7 de maio. Informação negada pela família, que alega ter recebido o prontuário somente após ter procurado o Ministério Público Federal.

A demora para afirmar que a equipe do HU que cuidou de Rita não cometeu erro médico teria ocorrido porque o hospital aguarda o laudo de um comitê de ética que estudava o caso.

A estudante saiu do HR e foi para o HU, onde foi submetida a um “procedimento de drenagem do rim por meio da instalação endoscópica de cateter”. Isso aconteceu no dia 27 de janeiro passado. Após essa ação clínica, Rita nunca mais voltou ao normal.

De acordo com os médicos, a estudante enfrentou pioras devido às infecções, quadro que afetou o seu sistema neurológico. Rita Stephany está sem andar, falar, movimentar, situação que nem uma apuração médica sabe se vai mudar daqui para frente.

A família da estudante ainda não se manifestou quanto ao pronunciamento da dos médicos do HU, mas já havia acionado a Associação de Vítimas de Erros Médicos, entidade que estuda a questão.

O caso

A estudante foi internada dia 26 de janeiro deste ano, no Hospital Universitário para fazer um procedimento simples de implantação de cateter para desobstruir o canal da urina.

Após a cirurgia, Rita entrou em coma e segundo a família, o caso se agravou com uma parada cardíaca que causou uma hipoxia cerebral. Ela perdeu os movimentos e ficou totalmente dependente da mãe, que trabalhava como esteticista autônoma. Sem conseguir acesso ao prontuário, a mãe da menina, Inalécia de Oliveira procurou então a Associação, e após ação do Ministério Público Federal, o prontuário foi entregue à família.