Hospital de Caridade em Corumbá retoma cirurgias eletivas

A direção do Hospital de Caridade de Corumbá retomou nesta semana a realização das cirurgias eletivas na instituição de saúde. Os procedimentos estavam temporariamente suspensos desde o começo do mês para reforma e modernização do laboratório e do setor de esterilização. Conforme o presidente da Junta Administrativa da Santa Casa, Lamartine de Figueiredo Costa, foram […]

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A direção do Hospital de Caridade de Corumbá retomou nesta semana a realização das cirurgias eletivas na instituição de saúde. Os procedimentos estavam temporariamente suspensos desde o começo do mês para reforma e modernização do laboratório e do setor de esterilização. Conforme o presidente da Junta Administrativa da Santa Casa, Lamartine de Figueiredo Costa, foram investidos cerca de R$ 90 mil na adequação do prédio às normas estabelecidas pela Vigilância Sanitária. As obras foram executadas com verbas provenientes do pedágio e da Prefeitura Municipal. “Nosso próximo objetivo agora é realizar a reforma da recepção da maternidade”, adiantou.

A junta administra o único hospital da região pantaneira há pouco mais de três meses, após acordo judicial promovido entre o Ministério Público Estadual (MPE), as Prefeituras de Corumbá e de Ladário e o Governo do Estado. Após este período, o hospital já apresenta mudanças sensíveis, como a recuperação de setores importantes que, até então estavam sem condições de uso. Uma empresa de auditoria foi contratada para realizar um levantamento da real situação da instituição. No último dia 16, o presidente da Junta Administrativa, apresentou o primeiro relatório ao promotor de Justiça da Cidadania, Ricardo de Melo Alves.

O documento traz detalhes da situação em que o grupo encontrou o hospital em 12 de maio, as providências já tomadas, e como está o atendimento hoje na instituição responsável pelo atendimento de uma população estimada em 150 mil pessoas. Entre os problemas, o documento relata bloqueios das contas bancárias e de convênios devido a ações judiciais, trabalhistas e de fiscalização; certificado de filantropia vencido; alvará e licença sanitária vencidos, devido a não adequação do setor de esterilização; inexistência da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), entre outros.

Segundo a Junta Administrativa, tudo foi fruto de total falta de controle administrativo. Um dos primeiros passos foi a regularização da situação no Ministério da Saúde para reconquistar o certificado de filantropia, cuja perda causou acréscimo no recolhimento do INSS, e o recolhimento de outros impostos como PIS, COFINS, CSLL, alterando o valor de R$ 48 mil para mais de R$ 100 mil mensais.

Outra providência tomada pela junta, para reduzir despesas, foi o cancelamento do contrato de terceirização dos serviços de faturamento, cujo valor mensal era de R$ 15 mil, sem pagamento da multa rescisória que seria de R$ 90 mil. Foi constatada também falta de controle da produção com a perda de faturamento. Para dar soluções à situação, foi colocado em operação um sistema informatizado de gestão hospitalar, além da aquisição do sistema Brasíndice Eletrônico e da assinatura do periódico SIMPRO.

Outra medida adotada foi a utilização de um sistema informatizado de gestão hospitalar com monitoramento diário, necessário diante da falta de controle efetivo do censo hospitalar. O levantamento constatou ainda a inexistência de fluxo de caixa; falta de rotinas e normas de pagamentos; inexistência de crédito junto aos fornecedores; falta de integração entre os setores de tesouraria e faturamento, sendo que os saldos bancários estavam zerados.

Foi realizado também levantamento das receitas do hospital que, hoje, totalizam R$ 996.728,77 mensais, oriundos de recursos do SUS, R$ 606.028,77; da Prefeitura de Corumbá, por meio de repasse dos plantões médicos, R$ 143.700; pedágio na rodovia Ramão Gómez, R$ 8 mil; convênios com Unimed, Cassems, Vale e outros, cerca de R$ 89 mil; repasses das Prefeituras de Corumbá e Ladário, R$ 50 mil e 20 mil, respectivamente; e do Governo do Estado, R$ 70 mil, por meio do termo firmado com a Promotoria de Justiça.

Já as despesas ultrapassam este valor. Chegam a R$ 1.190.551,52, assim discriminadas: plantão médico, R$ 176.300; medicação, R$ 200 mil; produtos de higienização hospitalar, R$ 15 mil; folha de pagamento, R$ 417.155,72; despesas com água (R$ 56.362,00), energia (R$ 70.663,00) e telefone (R$ 4.434,51); empréstimos financeiros – CEF – deduzido da contratualização, R$ 107.226,29; ações trabalhistas, R$ 20 mil; despesas com manutenção, R$ 23.500; gás GLP, R$ 2.910; material de expediente, R$ 5 mil; parcela dos impostos atrasados, R$ 57 mil, e alimentação, R$ 35 mil.

(As infomações são da Subsecretaria de Comunicação Institucional)

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