Herói de 2006 ressurge: Inter vira depois de susto e conquista o bi da América
Antes do apito inicial, parecia que seria fácil. A vantagem era toda do Inter, que havia vencido por 2 a 1 em Guadalajara. Mas o time de Celso Roth entrou em campo nervoso, sofreu um gol no primeiro tempo e esboçou um quadro de tragédia no Beira-Rio. Mas um herói colorado, uma jovem promessa e […]
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Antes do apito inicial, parecia que seria fácil. A vantagem era toda do Inter, que havia vencido por 2 a 1 em Guadalajara. Mas o time de Celso Roth entrou em campo nervoso, sofreu um gol no primeiro tempo e esboçou um quadro de tragédia no Beira-Rio. Mas um herói colorado, uma jovem promessa e o ‘talismã’ da equipe na competição viraram o jogo e deram ao Inter o bicampeonato da Libertadores.
Rafael Sóbis, destaque quatro anos atrás, empatou a partida de muitas faltas e de um futebol modesto do time gaúcho. A virada aconteceu 14 minutos depois, com o jovem Leandro Damião. Aos 44 minutos, Giuliano, o artilheiro dos gols nos minutos finais apareceu de novo e consolidou a vitória colorada.
Os mexicanos haviam saído na frente com um belo gol de voleio marcado por Fabian, no final da primeira etapa. E chegariam ao segundo gol no final da partida. Mas com o resultado de 3 a 2, o Internacional chega ao bicampeonato da Libertadores após quatro anos da primeira disputa. E confirma a segunda participação no Mundial Interclubes, que será disputado em dezembro, em Abu Dhabi.
O jogo
O primeiro tempo da decisão do Beira-Rio foi amarrado. O Internacional não foi nem metade daquele que dominou o jogo de Guadalajara. Já o Chivas, amparado pelas faltas no centro do campo, se manteve seguro. Especulava com lançamentos longos ou ataques pelos flancos. No time gaúcho, Sóbis foi apagado e o meio teve como destaques Tinga e D’Alessandro. Kleber e Nei não chegavam com constância e simplesmente serviam para tabelas e combinações dos meias.
O Inter parecia pouco à vontade para se expor e arriscar jogadas de ataque. O silêncio da torcida ao longo de toda a etapa inicial era um sinal de que o maduro Inter que havia dominado o jogo no México havia levado a cautela dos discursos da semana para dentro do gramado do Beira-Rio.
Três lances no primeiro tempo mostraram quanto a responsabilidade da vantagem pesava sobre os jogadores do Inter. Aos 11 minutos, o sempre sério Guiñazu atrasou mal duas bolas na defesa e deixou o companheiro Kleber pressionado junto a bandeirinha de escanteio. Aos 28, foi a vez do capitão Bolívar dar uma “rosca” na bola em frente à área. Quatro minutos depois, o lateral Nei entregou lance para os mexicanos, que foram parar na área de Renan.
Substituto de Alecsandro, que ficou fora por lesão, Rafael Sóbis só foi chutar ao gol com 28 minutos do primeiro tempo. Aos poucos, mesmo sem mudar o estilo cauteloso de jogo, o Inter conseguiu as primeiras oportunidades de gol. Tinga fez jogada individual pela direita e tocou para trás. Sóbis deixou e a bola sobrou para Taison chutar, para defesa de Luis Michel. Eram 24 minutos. Logo em seguida, Bolívar pegou uma sobra na cobrança de escanteio e chutou para fora.
Mas o caminho para o Inter abrir o marcador era ocupado por um adversário firme e capaz de contragolpear rapidamente. Foi assim que, aos 42 minutos, De Luna cruzou para Bravo, que ajeitou de cabeça para o interior da área. Fabián, quase na marca do pênalti, acertou um voleio sem chances para Renan. Era apenas o segundo gol sofrido pelo Inter dentro do Beira-Rio na Libertadores.
A torcida vermelha explodiu com gritos de apoio. Celso Roth levou as mãos à cabeça e deixou o campo rapidamente. “Temos que fazer dois gols, precisamos fazer”, disse Tinga, na saída de campo. “Foi uma jogada no alto, que acabou pingando. Foi um lance difícil, pode tentar mais vezes que não vai conseguir. Mas foi um descuido”, justificou Bolívar, que perdeu para Bravo no lance do gol.
O susto do primeiro tempo fez o Inter voltar do intervalo com vontade de resolver as coisas imediatamente. D’Alessandro trocou de lugar com Taison e o volante Guiñazu apareceu mais no ataque. Mas, de novo, o Inter esbarrava na marcação mexicana.
O Inter seguia nervoso, ao passo que o Chivas comprovava o que haviam dito os jogadores mexicanos ao longo da semana, quando lembravam das boas atuações fora de casa na competição. Firme na defesa e com bom toque de bola, aos poucos o Chivas foi acalmando o jogo e deixando o Beira-Rio em silêncio outra vez.
Mas o que era tensão se transformou em alegria aos 16 minutos do segundo tempo. Quando o Chivas parecia que voltaria a controlar o jogo, Kleber acertou um cruzamento em curva da esquerda e Rafael Sóbis, herói do título de 2006, se antecipou ao goleiro e empurrou para o gol. Um gol para mudar o rumo da partida e devolver a confiança no bicampeonato.
O Inter tentou recuperar o futebol da equipe que até então havia vencido todas as partidas dentro de casa no Beira-Rio. Mais seguros, os colorados tocavam a bola e chegavam com mais força ao ataque, agora com a participação do meia Giuliano, que entrou no lugar de Taison. O Chivas, no entanto, não deixava de assustar, principalmente em falhas da defesa do Inter.
Rafael Sóbis deixou o campo para entrada de Leandro Damião, que acabou acertando o companheiro Tinga. O volante quase sai de campo mais cedo, assim como havia acontecido em 2006, mas Tinga voltaria a campo com uma touca de natação vermelha, protegendo o corte na cabeça.
Antes disso, porém, o próprio Leandro Damião se redimiu do golpe no companheiro e evitou que o final da partida se tornasse ainda mais dramático. O jovem atacante recebeu um lançamento e, em disparada, entrou sozinho na área e chutou forte. A bola bateu em Luis Michel e morreu nas redes, para a explosão do Beira-Rio.
O jogo seguiu pegado até o final, Tinga acabou deixando o campo para entrada de Wilson Matias e o Inter segurou o resultado. Depois de ter vencido por 2 a 1 em Guadalajara, o Inter confirmou o favoritismo e chegou à sua segunda conquista da Libertadores.
O final do jogo ainda foi marcado por muita confusão e briga, uma pena.
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