Jornalistas das 20 mais importantes publicações de esportes do mundo elegeram Pelé o atleta do século. O resultado da votação foi publicado, em sete páginas, pelo jornal francês L”Equipe no dia 12 de julho de 1980. “Pelé campeão do século” – grafado em letras vermelhas -, era o título do suplemento especial de sete páginas, ao lado da figura desenhada do ex-jogador do Santos, Cosmos e seleção brasileira.

Mais votado na pesquisa, Pelé teve 178 pontos, nove a mais que o atleta norte-americano Jesse Owens. Em terceiro lugar ficou o ciclista belga Eddy Merchx, com 99 pontos.

A entrega do prêmio foi feita apenas no ano seguinte, no dia 15 de maio, em Paris, pouco antes do jogo Brasil e França, pelo jornalista Jacques Goddet, diretor do L”Equipe, na presença do embaixador do Brasil na França, Luís Gonzaga do Nascimento e Silva. O troféu, uma escultura representando um atleta de futebol com os braços erguidos, simboliza o triunfo desportivo.

A cerimônia foi rápida e emocionante para Pelé. Ao dar a volta olímpica no Parc des Princes levantando o troféu, o jogador começou a chorar. Vestindo um terno bege, ouvindo aplausos e a torcida em coro gritando o seu nome, ele reviveu, por alguns momentos, as grandes emoções de sua carreira. Pouco antes de entrar em campo, e depois de ter cumprido um extenso e complicado programa de solenidades, ele passou rapidamente nos vestiários da seleção e recebeu do jogador Zico a promessa de que o gol número 500 seria marcado em sua homenagem.

Depois da partida em que o Brasil venceu a França por 3 a 1, o tumulto de repórteres, jornalistas e torcedores foi tão grande que ele não conseguiu dar entrevistas. Na confusão, apenas gritou a frase “Obrigado por tudo, eu adoro vocês”. Quase que carregado pelos agentes de segurança, ele deixou o estádio e seguiu para uma boate, onde foi concluído o programa de festividades pela entrega do troféu.

A imprensa internacional, especialmente os jornais esportivos de Paris, dedicou bastante espaço a Pelé, com muitos artigos elogiosos. E o brasileiro, de bom humor, chegou a declarar aos jornalistas estrangeiros: “Se pudesse votar, também teria escolhido Pelé”.

CARREIRA – Edson Arantes do Nascimento nasceu em Três Corações, Minas Gerais, no dia 23 de outubro de 1940. Jogou 18 anos no Santos, de 1956 a 1974. Pela seleção brasileira Pelé disputou 91 jogos, marcando 76 gols. Em 43 confrontos oficiais ele marcou 42 gols. Parou de jogar pela seleção em 1971, recusando-se a participar da Copa de 74, na Alemanha. Jogou nos Estados Unidos, no Cosmos até 1978.