Estudantes avaliam que pegar camisinha na coordenação ou na enfermaria do colégio é, no mínimo, embaraçoso. Para promover o sexo responsável e evitar situações vergonhosas, o governo federal decidiu instalar 40 máquinas de camisinha em seis escolas de Santa Catarina, Paraíba e Distrito Federal. O projeto pioneiro, em caráter de teste, será posto em prática em 2011.

As máquinas ajudarão a reduzir os riscos de Aids, DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e gravidez nas escolas públicas. Elas devem ser instaladas até abril. Dependendo dos resultados, o projeto pode ser estendido para colégios de todo o Brasil, diz o Ministério da Saúde.

Para retirar as camisinhas, os alunos terão que digitar o número de registro na escola e uma senha, dada por um professor responsável pela máquina. Os equipamentos são criação de alunos de colégios federais de Santa Catarina e da Paraíba, os chamados Cefets (Centros Federais de Educação Tecnológica).

Os estudantes dos dois Estados foram, respectivamente, os campeões e vice-campeões do Prêmio Inovação Tecnológica de 2010. As máquinas criadas pelos jovens têm capacidade para 500 camisinhas, que serão de dois tipos – com tamanho comum e tamanho especial para adolescentes, um pouco menor.

A proposta é uma parceria entre o departamento de DST e Aids do Ministério da Saúde e o MEC (Ministério da Educação). Serão destinados R$ 34 mil para o projeto piloto, sendo que cada máquina custa R$ 850.

Os problemas sexuais nas escolas brasileiras foram avaliados em uma pesquisa da Unesco de 2007. Dos 44,7% de estudantes com vida sexual ativa no país, quase a metade diz não usar preservativo por não terem na hora do sexo.

Outros 9,7% afirmam não ter dinheiro para comprar a camisinha – mesmo esta sendo distribuída de graça em postos de saúde. Mais de 37,5 mil meninos e meninas entre 13 e 24 anos têm Aids