A Casa Branca informou neste domingo que não tem como, até o momento, verificar a autenticidade da gravação transmitida hoje pela rede de TV Al Jazira, supostamente do líder do grupo terrorista Al Qaeda, Osama bin Laden. Na gravação, Bin Laden assume o atentado frustrado cometido pelo nigeriano Omar Farouk Abdulmutalab no dia 25 de dezembro passado contra um avião nos Estados Unidos.

O conselheiro presidencial David Axelrod disse, no programa “State of the Union”, da rede de TV CNN, que, seja qual for a fonte, a mensagem “contem a mesma justificação vazia para o assassinato em massa de inocentes”.

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse por sua vez que “ninguém teve oportunidade de verificar a autenticidade da fita” e não comentou se Bin Laden teve ou não alguma participação no atentado do dia 25 de dezembro.

“Todo mundo sabe que [Bin laden] e alguém que tem de aparecer nas nossas vidas através de uma fita de áudio porque não é mais que um assassino covarde e um terrorista que algum dia –esperamos que em breve– será trazido perante a Justiça”, disse.

O porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, disse que, embora Bin Laden continue a ser um “catalisador” para atividades terroristas de grupos ligados a sua organização, não há indicação de que ele ou seus subordinados tenham conexão direta com o atentado.

“Ele quer continuar a parecer relevante”, disse Crowley, segundo reportagem do diário americano “The Washington Post”.

 “De Osama para Obama”

 “Nossos ataques continuarão enquanto continuar o apoio americano a Israel”, disse Bin Laden na gravação, dirigida “de Osama para Obama”.

Abdulmutalab, qualificado por Bin Laden como um herói, tentou explodir uma bomba em um avião da companhia Delta que aterrissaria em Detroit, mas a bomba que levava falhou.

Bin Laden, que disse que a agressão estava alinhada aos atentados cometidos pela Al Qaeda em 11 de setembro de 2001, em Washington e Nova York, insistiu em que a rede terrorista que dirige continuará seus ataques contra os EUA enquanto os palestinos continuarem vivendo na situação atual.

“Que os americanos não sonhem em viver em paz enquanto nós não vivamos na Palestina”, disse o líder terrorista, antes de ressaltar que “não é justo que os americanos tenham uma vida [boa] enquanto nossos irmãos em Gaza sofrem uma situação miserável”.

A Al Jazira informou que a mensagem de hoje de Bin Laden pode ter sido gravada no mês passado, mas não explica a razão de suas suspeitas e por que demorou tanto para divulgá-la. Trata-se da primeira mensagem conhecida de Bin Laden desde a gravação sonora que divulgou em 25 de setembro do ano passado, na qual exigia a retirada das tropas europeias do Afeganistão.

O atentado frustrado contra o avião da Delta foi reivindicado em 28 de dezembro passado pelo braço da Al Qaeda na Península Arábica, que tem seu centro de operações no Iêmen.

O grupo terrorista, em comunicado, disse que a ação era uma represália “pela injusta agressão americana contra a Península Arábica” e reconheceu que a bomba “não fez uma plena explosão devido a uma falha técnica”, apesar de que tinha sido testada.