Os ministros das Finanças do G20 reunidos na Coreia do Sul chegaram a um acordo neste sábado (23) para deter as desvalorizações competitivas de moedas, embora não tenham conseguido um consenso sobre uma linguagem mais firme que poderia ter estimulado o dólar, segundo um comunicado final.

Os membros do G20 se comprometeram em um comunicado a “regular as desvalorizações competitivas de suas moedas”, enquanto as nações em desenvolvimento prometeram reduzir seus déficits orçamentários ao longo do tempo e tomar ações para controlar os desequilíbrios das contas correntes.

Os países “tomarão uma série de medidas para reduzir os desequilíbrios excessivos e manter o desequilíbrio de suas contas correntes em níveis aceitáveis”, segundo o comunicado adotado após dois dias de debates em Gyeongju.

“Para que o mundo possa crescer a um ritmo forte e sólido no futuro, precisamos trabalhar para conquistar um maior equilíbrio no caminho da expansão global enquanto nos recuperamos da crise”, disse o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner.

O grupo, no entanto, não anunciou metas específicas para se atingir o objetivo de “reequilibrar” o crescimento global e diminuir o excesso de confiança nas importações norte-americanas. A reunião em Gyeongju tem como objetivo a preparação para uma reunião de cúpula do G20 em 11 e 12 de novembro em Seul.

Os ministros, reunidos em um clima tenso pelo risco de uma “guerra cambial”, pediram sistemas com taxas de câmbio “determinadas principalmente pelo mercado” e incentivaram “a resistir a todo o tipo de medidas protecionistas”.

“A recuperação econômica mundial continua, mas de forma frágil e desigual. Em uma economia e um sistema financeiro globalizados, as respostas não coordenadas conduzirão aos piores resultados. Nossa cooperação é essencial”, afirmaram os principais países ricos e emergentes ao fim de uma reunião preparatória para a cúpula do G20, que ocorre nos dias 11 e 12 de novembro em Seul.

Brasileiros não compareceram

O ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não participaram do encontro.

Oficialmente, Mantega deixou de ir à Coreia para acompanhar de perto o impacto da elevação de 4% para 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos investimentos estrangeiros em renda fixa, medida que tem por objetivo conter a apreciação do real em relação ao dólar.

Meirelles decidiu permanecer no Brasil para participar da reunião do Comitê de Política Monetária que decidiu manter os juros inalterados em 10,75%.