O número de pessoas no mundo sofrendo de fome crônica passou de 1,02 bilhão em 2009 para 925 milhões em 2010, informou nesta terça-feira (14) a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Foi uma redução de 9,6%.

É a primeira vez em 15 anos que a cifra cai. No ano passado, a cifra havia atingido o pior número de quatro décadas.

O número de famintos no mundo vinha crescendo por mais de uma década, atingindo nível recorde em 2009 por conta da crise financeira internacional e da alta de preços dos alimentos em vários países em desenvolvimento.

“O número de pessoas desnutridas no mundo continua inaceitável, apesar de ter registrado uma queda esperada, a primeira em 15 anos. A queda se explica graças a uma conjuntura econômica favorável em 2010”, explicou a FAO.

A organização disse que a situação melhorou em 2010 por conta da melhora das condições econômicas e da queda dos preços dos alimentos, ocorrida a partir de 2008.

O relatório cita que a maior parte dos famintos, 98% vive nos países em desenvolvimento, onde correspondem a 16% do total da população -contra 18% no ano anterior.

O objetivo, segundo a FAO, é reduzir essa proporção para 10% em 2015.

“O fato de que cerca de um bilhão de pessoas permanecem famintas mesmo depois de passadas as crises de alimento e financeira mostra um problema estrutural mais profundo”, disse a FAO no relatório.

“Os governos deveriam encorajar maiores investimentos em agricultura, expandir as redes de proteção social e os programas de assistência, e incrementar as atividades geradoras de renda para os pobres nas regiões rurais e urbanas.”