Fazenda Esperança trata dependentes sem subsídio governamental em Rio Brilhante
A “Fazenda Esperança”, citada pelo Governo Estadual como entidade que receberia apoio dos cofres públicos de Mato Grosso do Sul para tratar dependentes químicos, garante que não tem subsídio algum para a unidade que atende 48 internos do sexo masculino na cidade de Rio Brilhante. Aqueles que buscam tratamento para dependência no local precisam desembolsar […]
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A “Fazenda Esperança”, citada pelo Governo Estadual como entidade que receberia apoio dos cofres públicos de Mato Grosso do Sul para tratar dependentes químicos, garante que não tem subsídio algum para a unidade que atende 48 internos do sexo masculino na cidade de Rio Brilhante.
Aqueles que buscam tratamento para dependência no local precisam desembolsar no mínimo R$ 1.500 para entrar na clínica terapêutica. “A entrada é contribuição de três salários e a família contribui com um salário mínimo mensalmente. Os internos então produzem vários produtos como velas, biscoitos, alimentos orgânicos e os familiares levam aquela cesta de produtos para casa seja para revender ou para consumo próprio”, explica o funcionário.
Segundo ele, não há contribuição mensal para auxiliar na manutenção do tratamento dos internos e entre as 48 vagas, cerca de 10 são as chamadas vagas sociais. “Ainda assim a fila é bem extensa. Demora até três meses ou mais para conseguir uma vaga”.
A situação é confirmada pelo presidente da obra feminina que está sendo construída em Campo Grande. O local vai abrigar meninas e mulheres dependentes químicos. Nesse caso, a instituição confirma que recebeu dinheiro do Governo Estadual.
“Uma unidade por ano”
“Estamos construindo a unidade de internação feminino, com previsão de 65 vagas. A primeira parte terá 20 vagas e depois o André nos prometeu a construção de uma unidade por ano”, conta José Natanael dos Santos. Segundo ele, o Governo do Estado já destinou R$ 360 mil para a construção.
Com o lema: “Convivência, trabalho e espiritualidade”, Natanael explicou que já atenderam cerca de 1500 pessoas encaminhadas em dez anos. E que atualmente a fila de espera gira em torno de 30 a 60 dias, para aqueles que podem pagar o tratamento.
“Atualmente atendemos 48, porém pagamos até o ICMS dos produtos que são produzidos na Fazenda. Caso fossemos isentos disso, teríamos talvez condições de atender mais pessoas. Caso existissem subsídios governamentais a capacidade das clínicas terapêuticas aumentaria, aqui poderíamos alcançar o número de até 150 internos”, conta ele.
Para conseguir atender mais pessoas carentes, a comunidade está buscando o apadrinhamento. “Começamos a trabalhar com sensibilização de empresários para apadrinhar aqueles que não tem condições de custear um tratamento e assim abranger o atendimento”, conta o presidente.
Segundo ele é uma atividade desgastante em que um leque de pessoas sofre. “É um desgaste muito grande, estamos aqui participando do dia a dia. Há casos que não temos como deixar de atender. Claro que as pessoas que tem mais condições podem ser levadas para outros lugares. Quem tem condições se dá ao luxo. Mas e aqueles que não têm condições?”, questiona ele.
Atualmente o único subsidio que a obra recebe atualmente é o valor de R$ 380 (trezentos e oitenta reais) mensais da Prefeitura Municipal de Rio Brilhante. “Do restante não há contribuição mensal para manutenção não. Isso não acontece não”, diz um dos funcionários da Fazenda.
Dependentes
Em Mato Grosso do Sul não há um estudo em relação ao número de dependentes químicos no Estado, o que dificulta bastante o trabalho. Há clínicas particulares e comunidades terapêuticas. Uma clínica particular tem mensalidade de R$ 500 a R$ 4 mil.
A informação é que foi aprovado o “Plano integrado de enfrentamento ao crack e às drogas”, que será subsidiado pelo Governo Federal. Projeto que os que trabalham na área consideram um incentivo.
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