Família diz ‘ter certeza’ que rapaz encontrado morto em presídio não se matou

Jovem de 19 anos, detido por furto, foi achado morto numa cela do presídio de Trânsito, na Capital; caso é tratado como suicídio, mas família afirma que o rapaz apresentava sinais de violência pelo corpo

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Jovem de 19 anos, detido por furto, foi achado morto numa cela do presídio de Trânsito, na Capital; caso é tratado como suicídio, mas família afirma que o rapaz apresentava sinais de violência pelo corpo

A família de Wellinton de Arruda Correa, de 19 anos, encontrado morto na última sexta-feira (19) na cela disciplinar do Presídio de Trânsito (PTran), no Complexo Penitenciário de Campo Grande (MS) não acredita que o rapaz se matou, como o caso é tratado pela investigação policial.

A contadora Ana Paula de Oliveira, 34, tia de criação de Wellinton, que teve acesso as fotos da perícia conta que o jovem apresentava lesões na testa, nariz e pé.

“A pessoa que se suicida não se machuca, ele estava muito machucado, no nariz, rosto, unhas além do pé que parecia estar quebrado”, disse.

“Eu creio que ele morreu lutando”, disse a avó de Wellinton, a aposentada Aparecida Correa, 57.

A família mostrou à reportagem o atestado de óbito do rapaz que consta como causa da morte: asfixia mecânica externa constricção pescoço enforcamento.

“Como que fizeram o atestado de óbito antes do resultado do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e da perícia técnica?”, questionou à contadora.

De acordo com o delegado Arantes Fagundes Filho do 3ª DP (Distrito Policial), a polícia está fazendo as investigações iniciais e precisa aguardar o laudo do Imol e da perícia técnica feita no local. Caso fique constatado que a vítima não se suicidou, as investigações serão aprofundadas.

Wellinton de Arruda Correa, de 19 anos, foi encontrado morto na última sexta-feira (19) na cela disciplinar do Presídio de Trânsito (PTran), no Complexo Penitenciário de Campo Grande com uma toalha no pescoço segundo o boletim de ocorrência. Ana Paula de Oliveira diz que avistou um lençol na foto da perícia e não uma toalha.

Ele estava sozinho numa cela de regime disciplinar, conhecida pelos detentos como “solitária”, onde foi punido por ter cometido uma “falta grave”. Há informações de que ele teria sido flagrado usando um telefone celular dentro do presídio.

O órgão, que administra o sistema penitenciário estadual informou que o jovem foi penalizado devido uma falta grave por ter utilizado um objeto não permitido. Porém não foi informado qual o objeto.

O avô do preso, Sebastião de Souza, de 49 anos, informou que um dia antes (18) de Wellinton ser encontrado morto, ele deveria ter prestado depoimento, porém não foi levado. A Agepen informou que não recebeu o pedido judicial para transportá-lo até ao Fórum da Capital .

Wellinton foi preso em flagrante pela PM no dia 31 de agosto, depois de roubar um celular na Vila Progresso, na Capital. Segundo a Polícia Civil, o jovem simulou ter uma faca na cintura e com isso ordenou que a vítima, um jovem de 15 anos entregasse o aparelho telefônico.

Moradores perseguiram o rapaz, que foi preso e conduzido pela PM para a Derf (Delegacia Especializada em Roubos e Furtos). Ele foi encaminhado para o PTran no dia último dia 15 de setembro.

Pedido de liberdade

De acordo com informações do TJMS sobre o processo 0050734-93.2010.8.12.0001, o jovem deveria ter prestado depoimento na 2ª Vara Criminal no Fórum de Campo Grande no último dia 18 deste mês às 16h30. Um pedido de liberdade provisória para o réu deveria ser analisado pelo Ministério Público a pedido do magistrado.

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