Família de estudante acusa cabo da PM de atirar para ajudar os filhos durante briga
Zózimo Campozano Neto, de 24 anos, está com uma placa metálica e pinos no rosto após passar por uma cirurgia. Os ferimentos são resultado de uma surra que teria levado de dois jovens ajudados pelo pai, um cabo da PM. Corregedoria já investiga o caso.
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Zózimo Campozano Neto, de 24 anos, está com uma placa metálica e pinos no rosto após passar por uma cirurgia. Os ferimentos são resultado de uma surra que teria levado de dois jovens ajudados pelo pai, um cabo da PM. Corregedoria já investiga o caso.
O estudante Zózimo Campozano Neto, de 24 anos, está com uma placa metálica e pinos no rosto após passar por uma cirurgia e ficar internado quase uma semana na Santa Casa. Segundo ele, os ferimentos são resultado de uma surra que teria levado de três jovens ajudados pelo pai de dois deles, um cabo da PM.
A briga aconteceu no último domingo (24) a noite, na Praça Iara, do bairro Arnaldo Estêvão de Figueiredo, onde a vítima e os agressores moram. Segundo a versão de Zózimo, tudo começou por “fofocas”. Ele estava em uma roda de tereré quando, por causa dos comentários feitos por um dos autores da agressão, teria perdido a paciência e jogado uma cadeira no rapaz.
Esse jovem teria imediatamente ligado para dois irmãos dele, chamados Reginaldo e Rodrigo, que teriam chegado poucos minutos depois e entrado no desentendimento já com agressões contra Zózimo. “Eu tava sentado e o Reginaldo já chegou dando um chute no meu peito”, conta.
Depois de caído, ele foi alvo de chutes, socos e capacetadas, segundo testemunhas que presenciaram a briga. Segundo a vítima, no momento em que teria conseguido se levantar, chegou ao local o policial militar, conhecido como Cabo Damião, que também teria entrado na luta.
“Chegou o Damião, que é policial militar, pai de Reginaldo e Rodrigo e padrasto de Jhonatam, e já me deu um tapa no rosto e um tiro no chão para ninguém chegar perto”, conta Zózimo.
A mãe do garoto, funcionária pública Ivanilde Silva Pereira, 47, confirma que o policial teria ajudado os três jovens a continuarem com as agressões contra Neto.“Ele deu o tiro para intimidar, pra ninguém ajudar o meu filho”, conta. Ela recolheu a cápsula do disparo e a entregou para a polícia, que chegou ao local minutos depois.
O estudante Cristiano da Rosa Alves, 20, que estava presente, confirma a versão de Zózimo. “Os dois discutiram, o Neto jogou a cadeira de plástico nele. O Jhonatam ligou para os irmão dele, aí apareceu o Rodrigo e o Reginaldo que começaram a bater nele, chutavam “a cara” dele, parecia que queriam até matá-lo. Chegou o Damião e eu pensei que ia ficar “de boa”, mas ele chegou e deu um tapa na “cara” do Neto” diz.
A família do estudante contou que no mesmo dia foi feito o boletim de ocorrência e anteontem (28) o exame de corpo delito no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).
A reportagem entrou em contato com o campeiro Jhonatam Santos de Mattos, 25 que confirmou ter havido uma discussão porque “Neto não tinha gostado do que eu tinha falado”.
“Ele [Neto] achou que eu tinha falado alguma coisa para a ex-namorada dele, ele estava muito bêbado. Ele falou que não queria a minha amizade, aí eu falei: se você acredita nela tudo bem pode ficar “de boas”. Ele se achou ofendido e deu a cadeirada em mim”, conta Jhonatam.
Perguntado a respeito do possível disparo, Jhonatam negou. “Não, ele não disparou nenhum tiro, o Damião só foi lá me buscar”. Já se os seus dois irmãos agrediram o estudante o campeiro afirmou que: “Os dois estavam dormindo nesse horário”.
Já o cabo Damião que estava em serviço na penitenciária no Jardim Noroeste, negou a agressão e o disparo. “Nunca existiu esse negócio”. “Eles se envolveram nessa briga, eu estive lá para pegar o meu enteado que se envolveu em briga, pra levar ele no posto”, “Isso é coisa de jovem”, minimiza.
O caso foi encaminhado para a Corregedoria da Polícia Militar. Segundo o Capitão Figueiredo que estava de plantão ontem (29), por causa do feriado, só é possível dar respostas sobre a denúncia na próxima quarta-feira (3). Ele ainda ressaltou que em todas as denúncias encaminhadas para a Corregedoria são abertos procedimentos de apuração com um prazo de 30 dias de conclusão de processo.
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