Falta de licença do Ibama ‘salva’ castanheira de 30 metros

Derrubada de castanheira-do-pará com autorização do Instituto do Meio Ambiente causa polêmica em Dourados

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Derrubada de castanheira-do-pará com autorização do Instituto do Meio Ambiente causa polêmica em Dourados

Uma Castanheira-do-Pará plantada há pelo menos quarenta anos na casa de Elza Pipus localizada na esquina das ruas Balbina de Mattos e João Vicente Ferreira na Vila Mattos em Dourados foi o centro de uma polêmica ambiental e parece que não tem prazo para terminar.

A derrubada da castanheira estava sendo feita pelo lenhador José Alves Rodrigues, de 38 anos de idade quando chegou uma viatura da Guarda Municipal que atendia uma denúncia de uma árvore estaria sendo cortada sem autorização.        Desde terça-feira que José Alves trabalha no corte da árvore e até o início da tarde de anteontem tinha conseguido apenas cortar dois ou três galhos.
A castanheira tem mais de trinta metros de altura e possui um caule retilíneo de mais de vinte metros e por causa da altura o lenhador encontrou dificuldades para fazer o corte com segurança.

Como o IMAM (Instituto de Meio Ambiente de Dourados) autorizou o corte da castanheira a Guarda Municipal não podia fazer nada para impedir a ação de José Alves que previa serrar o caule da árvore apenas na manhã do próximo sábado quando a rua seria interditada.

Temporariamente a castanheira foi salva porque as duas motosserras de José foram apreendidas pela Guarda Municipal por falta de pagamento da licença concedida pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). As licenças estavam vendidas desde 30 de setembro do ano passado por falta de pagamento.

Sob o número 082/2009 a autorização para o corte foi assinada no dia 18 de dezembro do ano passado pela diretora-presidente do IMAM Maria Aparecida de Oliveira Miguel após ler o laudo feito um funcionário do órgão. No laudo consta que a árvore estava em boas condições fitossanitárias e não é nativa da região. O “risco” que a árvore oferecia aos moradores foi o único motivo para que Maria Aparecida autorizasse o corte. A diretora do IMAM não exigiu da moradora compensação ambiental com o plantio de outras árvores.
         José Alves disse que foi contratado por um empresário para cortar a árvore e para o serviço que duraria cerca de cinco dias receberia a quantia de R$ 1000,00. 
José não se lembrava do nome do empresário que lhe contratou mas disse que o caule da castanheira seria serrado na Madeireira Sucupira. A madeira seria transformada em duas pilastras para sem colocadas na varanda da casa do “empresário”.
         O lenhador disse que ganha a vida derrubando árvores. “Sempre cumpri a lei e só cortei árvores que tinham autorização do setor ambiental da Prefeitura”, disse José ao Guarda Municipal Cabral que atendeu a ocorrência. 

Ao guarda José pediu clemência ao ser informado que suas motosserras seriam apreendidas e acabou mostrando a sua desgraça pessoal.

A carteira de habilitação dele está vencida há meses e a situação do seu veículo Corcel com cerca de trinta anos de uso circula de forma precária carregando seus ajudantes e os equipamentos.
A diretora-presidente do IMAM afirmou que na manhã desta sexta-feira voltará à casa de Elza Pipus para verificar o estado da árvore e ainda não sabe se o corte da castanheira terá prosseguimento por causa da pressão que está sendo feita por entidades de proteção ao meio ambiente.

Conteúdos relacionados