Manifestantes levaram documento ao superintendente da PF, em Campo Grande; eles querem abertura de inquérito policial contra favorecidos com dinheiro da Assembleia Legislativa

Ao menos uma centena de pessoas protesta nesta manhã, em frente ao prédio da Superintendência Regional da Polícia Federal, em Campo Grande, contra a corrupção.

O manifesto tem a ver com o vídeo divulgado ontem no Youtube, em que o deputado estadual Ari Rigo, do PSDB, aparece dizendo que a Assembleia Legislativa distribui dinheiro ao Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual e até para o governador André Puccinelli, do PMDB.

O protesto é conduzido por entidades como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra), CUT (Central Única dos Trabalhadores), CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, UCE (União Campo-grandense dos Estudantes), DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação de Mato Grosso do Sul).

A ideia dos manifestantes é entregar um documento ao superintendente da PF que pede a abertura de investigação acerca das declarações de Rigo, que ocupa a primeira secretaria da Assembleia Legislativa. Uma das missões do deputado é cuidar do dinheiro repassado ao poder legislativo.

Os protestantes vestem roupas pretas e pintaram o rosto com a cor da bandeira brasileira. Eles carregam faixas pedindo “justiça já”, “abaixo a corrupção” e “MS não merece tanta sujeira”.

Antonia Joana da Silva, integrante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, disse que a entidade vai preparar novos manifestos.

Ela criticou a atuação de parte da imprensa. “Criminalizam as entidades sociais e protegem a elite, como agora com esse envolvimento de políticos nesse escândalo”.

Antonia Joana afirmou que o vídeo que mostra o deputado Rigo revelando o esquema de corrupção devia ser exibido em todos os canais de televisão.

Já Rafael de Abreu, do Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFMS disse que o manifesto de hoje só não juntou mais estudantes porque o vídeo não tinha sido visto por todos. O acadêmico disse também que sua entidade vai articular novos protestos.

De frente da superintendência da PF, os manifestantes seguiram para a Assembleia Legislativa.