A Sociedade Interamericana de Imprensa recebeu nesta semana um relatório detalhado sobre os obstáculos que a de expressão enfrenta no Brasil. O documento foi produzido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

Políticos suspeitos de corrupção estão entre os principais autores das ações apontadas pelas Associações como atentados ao livre exercício jornalístico.

Segundo as entidades os casos de censura aos jornais O Estado de S. Paulo, no caso envolvendo o empresário Fernando Sarney, e Diário do Grande ABC, causada por ação movida pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, são exemplos de atentado contra a liberdade de imprensa.

O texto lembra ainda de quatro atentados à liberdade de expressão entre março e junho deste ano. Em abril, o apresentador de TV Handson Laércio foi baleado em Bacabal, no Maranhão. Em maio, Gilvan Luiz, dono do jornal Sem Nome, foi sequestrado e agredido em Juazeiro do Norte, no Ceará.

No mesmo mês, policiais tentaram intimidar profissionais do Diário Catarinense, em Florianópolis, e um grupo tentou impedir a circulação de O Globo que trazia acusações contra um ex-prefeito de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, comprando todas as edições do diário.

virtual em MS sob investigação

Em Mato Grosso do Sul, o portal jornalístico Midiamax.com.br foi alvo de um atentado criminoso que chegou a tirar o jornal do ar em junho. O caso, que coincidiu com a publicação de uma série de reportagens sobre como os poderes executivo e legislativo estaduais estavam tratando o cumprimento da Lei da Transparência, está sob investigação pela Polícia Federal do Rio de Janeiro e pela Polícia Civil sul-mato-grossense.

O Midiamax.com.br tem sido alvo também de ações judiciais que, segundo a assessoria jurídica da empresa, são descabidas e parecem ter o único objetivo de intimidar a linha editorial com pedido de pesadas multas. A tática tem sido comum entre políticos que se sentem ameaçados por coberturas jornalísticas, geralmente suspeitos de corrupção.