Empresa americana inicia 1º teste clínico com célula-tronco

Um paciente nos Estados Unidos é o primeiro a receber células-tronco embrionárias, anunciou nesta segunda-feira (11) a empresa de biotecnologia Geron. Mas os detalhes do teste clínico são mantidos em sigilo. “O começo do teste clínico GRNOPC1 é uma etapa importante para as terapias humanas baseadas nas células-tronco embrionárias”, afirmou em comunicado Thomas Okarma, presidente…

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Um paciente nos Estados Unidos é o primeiro a receber células-tronco embrionárias, anunciou nesta segunda-feira (11) a empresa de biotecnologia Geron. Mas os detalhes do teste clínico são mantidos em sigilo. “O começo do teste clínico GRNOPC1 é uma etapa importante para as terapias humanas baseadas nas células-tronco embrionárias”, afirmou em comunicado Thomas Okarma, presidente da Geron.

No Brasil, as pesquisas com células-tronco de embriões humanos foram consideradas constitucionais pelo Supremo Tribunal Federal em 29 de maio de 2008. Por seis votos contra cinco, o Supremo Tribunal Federal (STF) liberou as pesquisas científicas com células-tronco embrionárias sem nenhuma restrição, como previsto na Lei de Biossegurança.

A Geron é detentora da primeira licença do FDA, a agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA, para o uso das células no tratamento de pacientes com lesões recentes na medula espinhal.

“O paciente foi cadastrado no Shepherd Center, hospital com 132 leitos e centro de pesquisas clínicas sobre reabilitação de lesões cerebrais e da medula espinhal, situado em Atlanta, Geórgia”, disse a Geron em comunicado à imprensa.

“O Shepherd Center é um dos sete centros potenciais nos EUA que poderão cadastrar pacientes no teste clínico.” A Universidade Northwestern, em Chicago, também está pronta para cadastrar pacientes.

As células-tronco usadas pela Geron vêm de embriões humanos excedentes de tratamentos de fertilidade. Foram manipuladas para se tornarem precursoras de determinados tipos de células nervosas – elas poderão se converter em células destruídas pela lesão na medula do paciente.

O principal objetivo do teste clínico de fase 1 é avaliar a segurança e a tolerência às células derivadas de células-tronco embrionárias chamadas GRNOPC1 nas pessoas paralisadas depois de uma lesão na medula. Um dos receios entre os pesquisadores é que as células-tronco acabem gerando tumores. Os participantes no estudo devem ter sofrido lesão recentemente e receber as GRNOPC1 em um período de menos de 14 dias, informou a Geron.

A esperança é que as células-tronco se desloquem até o local da lesão e liberem compostos que ajudem os nervos lesionados da medula a se regenerar.

O teste de fase 1 não terá por objetivo curar pacientes, mas determinar se as células são seguras para uso. Pelas diretrizes definidas para o teste, os pacientes devem apresentar lesões muito recentes.

A Geron afirmou que o Shepherd Center vai manter em sigilo as informações sobre o pacientes.

Conteúdos relacionados