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Em MS, um índio é assassinado a cada semana, afirma Conselho Indigenista

Violência nas aldeias é debatida durante fórum, em Campo Grande; lideres preparam proposta a ser entregue aos presidenciáveis. Falta de atenção do poder público é a causa dos crimes, segundo a entidade
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Violência nas aldeias é debatida durante fórum, em ; lideres preparam proposta a ser entregue aos presidenciáveis. Falta de atenção do poder público é a causa dos crimes, segundo a entidade

Ao menos 250 índios foram assassinados em Mato Grosso do Sul, nos últimos cinco anos, informou o CIMI-MS (Conselho Indigenista Missionário de Mato Grosso do Sul), Estado habitado pela segunda maior população indígena do País. A questão é debatida durante um fórum que acontece em Campo Grande a partir desta segunda-feira e vai até quarta-feira.

Dos 60 assassinatos contra índios no Brasil no ano passado, 33 vítimas eram guaranis kaiowás que moravam da região da grande Dourados, município que abriga as duas aldeias mais populosas do Estado, a Jaguapiru e Bororo.

“Os crimes têm ligações com os conflitos diretos por terras entre índios e empregados de fazendeiros, o consumo de álcool e drogas, além do confinamento [muito índio vivendo em pouca terra] a que o índio é submetido”, argumentou o coordenador do Cimi, Egon Heck.

De acordo com cálculos de Heck, cada família indígena vive num espaço inferior a meio hectare de terra, daí o chamado confinamento.

“O problema aqui [MS] é a política anti-indigenísta por parte do governo”, disse o líder guarani-kaiowá Peralta, representante da Grande Assembleia dos Povos Guarani, a conhecida Aty Guassu.

Outro indicador que expõe a violências nas aldeias de Mato Grosso do Sul tem a ver com o número de suicídios, uma média que oscila entre 40 e 50 casos por ano, também na região de Dourados.

Além das vítimas indígenas, outro resultado do confinamento são as imigrações de etnias para a beira das estradas, para a cidade onde muitas vezes eles vivem na marginalidade ou quando a própria cidade se expande e a aldeia se transforma em periferia.

Acampamento Terra Livre

Para discutir problemas na violência, demarcações, saúde e educação em torno dos direitos indígenas, a aldeia urbana Marçal de Souza, no bairro Tiradentes, em Campo Grande, se transformou no 7° Acampamento Terra Livre (ATL), onde devem aparecer ao menos 800 lideranças de todo Brasil.

O resultado desse fórum se transformará numa nova política indigenista do Estado Brasileiro que será entregue aos candidatos à Presidência da República.

O Estado tem uma população indígena de aproximadamente 62 mil índios distribuídos em 13 etnias localizadas em 31 municípios. Por isso MS tem a segunda maior população indígena do Brasil.

As maiores populações são de Kaiowá com aproximadamente 29 mil índios, seguido dos Terena (21 mil) e Guarani (10 mil).

Participam do evento a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), Articulação dos Povos Indígenas do Pantanal e Região (ARPIPAN), Art. Dos Povos Indígenas do Sul (ARPINSUL), Art. Dos Povos Indígenas do Sudeste (ARPINSUDESTE), Grande Assembleia dos Povos Guarani (ATY GUASU), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Fórum de Defesa dos Direitos Indígenas (FDDI), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Instituto Socioambiental (ISA), Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAI), Institutos Socioeconômicos (INESC), Operação Amazônia Nativa (OPAN) e Grupo de Trabalho Missionário Evangélico (GTME).

 

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