Em depoimento, assassino de Glauco admite ter premeditado crime

O estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, o Cadu, que confessou ter assassinado o cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, e seu filho Raoni, de 25 anos, admitiu nesta terça-feira, 16, que o crime foi premeditado. Ele prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no Paraná. Nunes foi ouvido […]

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O estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24 anos, o Cadu, que confessou ter assassinado o cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, e seu filho Raoni, de 25 anos, admitiu nesta terça-feira, 16, que o crime foi premeditado. Ele prestou depoimento na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no Paraná. Nunes foi ouvido durante três horas pelo delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Osasco. De acordo com o delegado, Cadu disse que matou o cartunista e o filho porque teve uma “inspiração divina”. Veras Júnior disse ainda que o estudante parecia “desequilibrado” e disse ser um “profeta.”

A reportagem do Jornal da Tarde conversou com a equipe de policiais deslocados de Osasco para o Paraná às 19h30 desta terça, momentos após o check-in para o voo 3168, da TAM, no Aeroporto de Foz do Iguaçu, que traria os policiais de volta a São Paulo. Além de Veras Júnior, o investigador Júlio e a escrivã Gláucia também ouviram o depoimento do estudante.

Após assassinar pai e filho na madrugada de sexta-feira, Cadu refugiou-se em um matagal, roubou um carro no domingo pela manhã e seguiu até Foz do Iguaçu, de onde tentou entrar no Paraguai. Perseguido por policiais federais, só foi capturado pela Marinha paraguaia quando já estava na Ponte da Amizade, na fronteira entre os dois países.

Em seu depoimento, o estudante afirmou que sua intenção era levar Glauco para a casa de sua mãe. Mas seu plano foi frustrado depois que o estudante de publicidade Felipe de Oliveira Iasi, 23 anos, que o levou à chácara, fugiu. Contudo, o delegado afirmou que essa versão será considerada após o rastreador via satélite do veículo de Iasi e do celular de Cadu serem analisados.

Para Veras Júnior, o estudante aparentou ser perigoso, alterou-se durante seu depoimento e dá a impressão de que não pode ser contrariado. Ele disse ainda que Cadu tem o perfil de psicótico, é extremamente inteligente, detalhista e repara em tudo. Para o delegado, o fanatismo religioso pode ter levado Cadu a abandonar os estudos por repetidas vezes.

Ao todo, o estudante deverá responder por nove crimes. Em São Paulo, ele deve ser indiciado por duplo homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal dolosa e roubo. Já no Paraná, Cadu vai responder a processo de tentativa de homicídio, resistência à prisão, porte ilegal de arma e porte de entorpecentes.

Em relação à transferência do estudante para o Presídio Federal de Catanduvas (PR), o delegado Pimentel explicou que essa é apenas uma hipótese. Até agora, a Justiça Federal do Paraná não decidiu se o acusado será removido para São Paulo.

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