Eleita presidente do Conselho Gestor do Geopark Bodoquena-Pantanal

A presidente da Fundação de Turismo, Nilde Brun, foi eleita presidente do Conselho Gestor do Geopark Bodoquena-Pantanal, hoje (12), durante uma reunião realizada entre os membros que formam o conselho. Foram eleitos à vice-presidência do Conselho representantes de dois municípios: os representantes do município de Bela Vista para 1º vice-presidente, envolvendo os municípios da S…

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A presidente da Fundação de Turismo, Nilde Brun, foi eleita presidente do Conselho Gestor do Geopark Bodoquena-Pantanal, hoje (12), durante uma reunião realizada entre os membros que formam o conselho.

Foram eleitos à vice-presidência do Conselho representantes de dois municípios: os representantes do município de Bela Vista para 1º vice-presidente, envolvendo os municípios da Serra de Bodoquena, e os representantes do município de Corumbá para 2º vice-presidente, abrangendo os municípios da região do Pantanal.

O conselho foi criado com o decreto de criação do Geopark, assinado no dia 22 de dezembro de 2009 pelo governador André Puccinelli. Responsável por diagnosticar, promover e divulgar ações necessárias para o desenvolvimento sustentável e econômico da região, o Conselho Gestor do Geopark Bodoquena–Pantanal é formado por representantes do governo estadual (Fundtur, Imasul, e Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul); Iphan; Departamento Nacional de Produção Mineral; Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil; Comando Militar do Oeste e as prefeituras dos 12 municípios.

Segundo a presidente da Fundação de Turismo, Nilde Brun, o conselho reunirá a documentação para obter o reconhecimento da Unesco. “Será um processo longo, de muito estudo e empenho juntamente com a equipe gestora que compõe o conselho. A principal meta será encaminhar a documentação para reconhecimento do Geopark perante a Unesco. Após o reconhecimento, buscaremos financiamento para execução dos projetos” afirmou a presidente do Conselho Nilde Brun. A documentação deve ser encaminhada à Unesco até o dia 1º de outubro.

Para definir as áreas e os roteiros que comporiam o geoparque, o governo do Estado, por meio das Fundações de Turismo, Cultura e o Imasul, em parceria com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/MS) e as prefeituras, realizaram, desde 2008, oficinas e seminários.

Nesses encontros foram discutidas estratégias de preservação e desenvolvimento com base em ações educativas e roteiros turísticos focados no patrimônio geológico, paleontológico, arqueológico e histórico da região da Serra da Bodoquena e Corumbá. Participaram também dos estudos as universidades federais de Brasília (UnB), São Paulo (USP) e Mato Grosso do Sul (UFMS).

O Geoparque Bodoquena – Pantanal possui diversos aspectos característicos de um geoparque nos moldes da Unesco, como a presença de fósseis de preguiças-gigante, tigres-dente-de-sabre e mastodontes. Além destes, fósseis dos primeiros seres vivos surgidos no planeta – há mais de 560 milhões de anos -, sendo um deles a corumbella, em homenagem a Corumbá, onde o fóssil foi descoberto. O local também abriga diversos sítios arqueológicos e históricos relevantes que contam a história da mineração em Corumbá e a Retirada da Laguna e também um rico patrimônio cultural traduzido pelo modo de vida pantaneiro, pelas artes gráficas e cerâmicas terena e kadiwéu, entre outros.

Para a superintendente do Iphan, Maria Margareth Escobar Ribas Lima, o principal objetivo do Geopark é promover o desenvolvimento dos municípios envolvidos. “O Geopark está definido em três eixos: turismo, educação e desenvolvimento sustentável, proporcionando aos municípios envolvidos o desenvolvimento econômico”.

Geoparques

A elevação à categoria de Geopark, uma chancela oficial da Unesco, é uma ferramenta de preservação para áreas dotadas de importantes testemunhos geológicos e paleontológicos da evolução da Terra, e também objetiva fomentar a educação, inclusão social, divulgação científica e o turismo. Desde a criação do Global Networks of National Geoparks, em 2004, a Unesco já chancelou 57 geoparques ao redor do mundo, sendo apenas um nas três Américas – o Geoparque do Araripe, no Ceará, em 2006.

Para Nilde Brun, o Geopark é de extrema importância para o turismo e o meio ambiente. “Ele vem fortalecer a imagem do Estado no mercado internacional e na Rede Mundial de Geoparques, promovendo o desenvolvimento da região. Ganha o turismo diferenciado, ganha a infraestrutura dos municípios e ganha o Estado”, afirmou Nilde. O geoparque favorece a elaboração de modelos alternativos de gestão territorial, não impondo regras fixas.

O geoparque pressupõe critérios de gestão e desenvolvimento de atividades econômicas menos restritivas. Além da visibilidade internacional proporcionada pela chancela, a implementação do selo “Unesco Geopark” favorece a possibilidade de financiamentos internacionais estimulados por uma chancela deste porte – a região do Araripe, por exemplo, já recebeu cerca de US$ 65 milhões de empréstimo do Banco Mundial para realizar ações de infraestrutura.