A chefe de gabinete do ministro da Cultura do Paraguai, Rocio Ortega, defendeu hoje (6), no encerramento da primeira reunião da Diversidade Mercosul Cultural, no Rio de Janeiro, a necessidade de se dar um novo significado histórico ao ensino formal na região sul-americana. Segundo ela, o ensino atual tem forte influência europeia e deixa para trás as influências locais.

“Achamos que o bicentenário das nações é uma oportunidade excelente para fazer essa re-significação histórica”, avaliou Rocio. Isso significa, acrescentou, dar destaque à identidade dos povos sul-americanos. “Uma outra identidade. E não essa que até há pouco tempo estava estruturando a ideia, o pensamento do latino-americano”.

Ela disse que o movimento político novo que se instalou na América Latina, sobretudo no Brasil, provocou uma sinergia que começou por colocar de novo em funcionamento o Mercosul. “E forneceu o selo cultural do Mercosul.”

Antes do governo Lula, afirmou Rocio, “a gente dizia Brasil e tinha duas imagens imediatas: o carnaval do Rio de Janeiro e o futebol. Agora, a gente diz Brasil e nos vêm à mente muitas imagens: do cangaceiro, da Amazônia, do Pantanal, do gaúcho, do sertanejo”. Essa diversificação do olhar do estrangeiro sobre o Brasil pôs de novo em andamento o Mercosul e também se projetou para o resto da América Latina, destacou ela.

Rocio lembrou que, no ano passado, quando esteve na presidência pró-tempore do Mercosul, o governo paraguaio defendeu leis de cultura iguais para os quatro países do bloco, numa primeira etapa, e depois para os países que integram o Mercosul Ampliado.