Informações do grupo de advogados responsável pela defesa do pecuarista Alcino Dias Campos, de 74 anos, também conhecido como “Criatura”, dão conta que ele deve se apresentar hoje na delegacia. Ele, que reside na Fazenda Continental, no município de Itaporã, está sendo acusado de matar o advogado Paul Oserow, de 61 anos, dentro do Cartório do 1º Ofício de Dourados. O crime aconteceu na tarde de sexta-feira, por volta das 15h30.

O caso repercutiu em todo o Estado, pela situação inusitada e porque tanto vítima como acusado são conhecidos popularmente em Dourados e região. Três advogados foram procurados por familiares do pecuarista. Dois deles marcaram uma reunião com o delegado de plantão Carlos Delano na noite de sexta-feira. Familiares do pecuarista teriam confirmado que “Criatura” cometeu o crime e que estaria bastante abalado com o fato ocorrido, precisando inclusive tomar medicamentos.

A delegada Andréia Alves Pereira coordenou os trabalhos acompanhada do perito técnico Valmor Garcia, que constatou que os quatro tiros foram disparados a curta distância, por uma pistola calibre 380, sendo que um deles atingiu as costas, o outro próximo da axila direita e dois o braço direito que transfixaram o peito.

Segundo informações preliminares de testemunhas à delegada, autor e vítima estaria sentados em cadeiras do cartório no setor de escritura onde conversavam sobre a compra e venda de uma sala comercial. Num dado momento teria ocorrido o desentendimento, quando Criatura sacou a pistola e efetuou os disparos. A vítima morreu no local. O autor saiu do cartório tomando rumo ignorado.

O assassinato foi presenciado por vários funcionários do cartório. Uma mulher, que pediu para não ser identificada, ainda muito nervosa, disse que estava a poucos metros dos dois e que ficou paralisada diante da cena. Todo o crime foi filmado pelo circuito interno de câmeras do cartório. As imagens serão entregues, pelo cartorário à delegada Andréia, que deverá anexá-las ao Inquérito Policial.

Segundo informações de algumas testemunhas o advogado teria uma sala no Edifício Cidade Campo, localizado na Rua Oliveira Marques, no centro, a poucas quadras de onde ocorreu o crime e estaria negociando o imóvel com o pecuarista. Por motivos que ainda serão apurados pela equipe de investigação, teria ocorrido um desentendimento entre os dois que culminou do assassinato de Paul Oserow.