Dólar segue tendência externa e cai pelo quarto dia

O dólar caiu pelo quarto dia seguido frente ao real, fechando a sexta-feira no menor nível em quase dois meses, com a influência do mercado externo e a percepção de um aumento do fluxo de entradas no país. A moeda norte-americana recuou 0,40 por cento, a 1,763 real. É a menor cotação de fechamento desde […]

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O dólar caiu pelo quarto dia seguido frente ao real, fechando a sexta-feira no menor nível em quase dois meses, com a influência do mercado externo e a percepção de um aumento do fluxo de entradas no país.

A moeda norte-americana recuou 0,40 por cento, a 1,763 real. É a menor cotação de fechamento desde 13 de janeiro. Na semana, o dólar teve baixa de 1,29 por cento. No ano, porém, a moeda acumula alta de 1,15 por cento.

O mercado passou o dia em sintonia com o exterior, em que o dólar perdia terreno frente a outras moedas com a notícia de que Janet Yellen, presidente do Federal Reserve de San Francisco e tida como defensora de uma postura mais tolerante com a inflação, é a favorita para substituir Donald Kohn como vice-chairman da instituição.

Dados surpreendentemente positivos sobre a produção industrial da zona do euro também ajudaram a moeda comum a subir para quase 1,38 dólar. A queda do dólar no Brasil chegou a perder força na metade do dia, em meio à fraqueza das bolsas de valores e de outros ativos considerados de risco, como commodities. Mais tarde, porém, retomou a baixa.

Segundo dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, havia cerca de 2,5 bilhões de dólares em operações registradas no mercado à vista até pouco antes do fechamento, volume dentro da média dos últimos dias.

“(O dólar) deve continuar no canal de baixa em que está. A situação lá fora que poderia assustar está um pouco mais tranquila. A gente vem passando por uma acomodação em todos os mercados”, disse Arnaldo Puccinelli, gerente de mercados financeiros da corretora Terra Futuros.

Internamente, o mercado comenta ainda que as ofertas de ações programadas —como a da OSX, de até 9,9 bilhões de reais— aumentam o ingresso de recursos. Além disso, Puccinelli pontuou que o mercado tem assumido um perfil cada vez mais vendedor de moeda estrangeira.

“Os estrangeiros (por exemplo) diminuíram a exposição comprada em dólar futuro”, disse. Somando os contratos de dólar futuro e cupom cambial, eles tinham na quinta-feira 500 milhões de dólares em compras líquidas, ante 3,933 bilhões de dólares no final de fevereiro.

A queda do dólar aos menores níveis em dois meses, no entanto, abre espaço para ajustes, o que pode dificultar a valorização do real na próxima semana. A Nomura Securities, por exemplo, recomendou uma realização de lucros nesta sessão.

“Embora continuemos com uma visão positiva em termos estruturais sobre o real, que deve continuar a ser sustentado por um fluxo positivo de investimentos, juros reais altos e crescimento relativo robusto, vamos procurar níveis melhores… para abrir novas posições vendidas em dólares”, escreveu Tony Volpon, estrategista da instituição, em relatório.

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