Com o feriado hoje no Estado de São Paulo em comemoração à Revolução Constitucionalista de 1932, não houve negócios no mercado à vista e futuro de dólar porque a BM&FBovespa não teve expediente, mas manteve a Clearing de Câmbio em funcionamento em esquema de plantão para registro das operações cambiais fechadas em outras praças do País e também por bancos paulistas que também fizeram plantão. Os poucos negócios realizados, no entanto, não indicam uma tendência para o dólar, porque houve volume de negócios reduzido e apenas operações de balcão. Ao final da sessão, a moeda americana, que abriu em alta de 0,11%, fechou em queda de 0,23%, a R$ 1,76. Na semana, recuou 0,90% e, em julho, acumula perda de 2,44%.
 
Como explicou Jorge Knauer, gerente de tesouraria do Banco Prosper, o dia até teve algumas operações pequenas, mas ressaltou que, “sem os derivativos, o mercado à vista fica muito reduzido” e que o volume de negócios realizados no Estado de São Paulo costuma ser significativo no total, deprimindo bastante o giro de hoje. Segundo dados da Clearing de Câmbio,
o giro em D+2 foi de US$ 532 milhões, cerca de um sexto dos US$ 3,1 bilhões registrados ontem. Por isso, Knaeur salienta
que a sinalização da moeda vista no mercado doméstico “não é nada que represente uma tendência”, diante de tantos fatores atípicos.
 
A favor do real, hoje foram confirmadas mais duas operações de captação externa, conforme já se previa ontem: do Banco Mercantil do Brasil e da BM&FBovespa. A captação do Mercantil foi de US$ 200 milhões, maior do que os US$ 150 milhões que se esperava graças à demanda forte, e o yield de referência foi de 9,625%, segundo informações de fonte à agência Dow Jones.
 
Já a BM&FBovespa lançou nesta sexta-feira US$ 612 milhões em bônus de dez anos no exterior, com um spread de 250
pontos-base acima do título do Tesouro dos EUA de vencimento equivalente. A demanda pelos novos bônus atingiu mais do que seis vezes o tamanho da emissão, de acordo com uma pessoa próxima à operação, alcançando US$ 4,5 bilhões. O yield foi de 5,548%.
 
No mercado global de câmbio, um ajuste de posições na véspera do final de semana que terá a final da Copa do Mundo da
África do Sul impediu que o euro se mantivesse no patamar de US$ 1,27, recuperado ontem – nível que não era alcançado
desde o início de maio. Para os analistas, após o rali de busca pelos ativos de risco visto esta semana, os investidores
preferiram uma certa dose de cautela na sexta-feira, já que não estão completamente seguros da confiabilidade da
recuperação no bloco.
 
Por isso, perto das 16h50, o euro recuava para US$ 1,2640, de US$ 1,2703 ontem no final da tarde em Nova York, enquanto o dólar avançava para 88,66 ienes, de 88,38 ienes ontem à tarde em NY. Já o dólar canadense se beneficiou do salto na geração de empregos em junho no Canadá, que engorda as apostas de que o país fará nova elevação na sua taxa básica de juros no encontro que acontece daqui a 11 dias. O governo anunciou que a economia do Canadá criou 93,2 mil empregos em junho, bem acima da previsão de criação de 15 mil vagas. A moeda local chegou a subir mais de 1% ante o dólar americano.