Dinheiro para saúde motiva confronto entre deputados na Assembleia

A pretendida criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde) pelo governo federal motivou o debate mais acalorado da sessão de hoje da Assembleia Legislativa. Os deputados Pedro Teruel (PT) e Reinaldo Azambuja (PSDB) se confrontaram em plenário. O tucano criticou o governo Lula e o petista devolveu afirmando que PSDB, quando esteve no poder, não administrou bem o País.

Em discurso na tribuna, Teruel criticou a bancada federal do Estado pois quase todos os membros (oito deputados e três senadores) já teriam se posicionado contra a contribuição para a saúde “prematuramente”. Para o petista, existe muita desinformação em torno do tema.

Ele defende que a CSS é um imposto justo se for cobrada apenas de quem tem grande alta financeira. “O governo só vai recolher esta contribuição de quem não precisa da saúde pública”, argumenta.

Ainda no microfone de apartes, Azambuja disse considerar um absurdo propor a criação de uma nova contribuição sendo que o assunto não esteve em pauta durante a campanha eleitoral e criticou o governo Lula. “A União vive um excesso de arrecadação. Se tem dinheiro para emprestar para o FMI e para o Paraguai porque não usa esse dinheiro para a saúde. Sou contra a CSS ou qualquer outro tipo de tributo”, mencionou.

Teruel devolveu a provocação atacando o governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. “Não seria coerente outra atitude vindo de um deputado do PSDB, cujo governo criou a CPMF e desviou o dinheiro para pagar as dívidas porque não governou bem”, disse.

Quem também se posicionou sobre o assunto foi o deputado Zé Teixeira (DEM). Na opinião dele não é criando novas contribuições que a área de saúde vai melhorar. “Tem que melhorar a gestão pública”, sugeriu.

Teruel voltou a carga para criticar a atitude de setores da sociedade que se manifestaram contra o retorno da CPMF (Contribuição Provisória por Movimentação Financeira). “Acho estranho que ninguém se manifeste sobre a criação de impostos estaduais”, afirmou o parlamentar.

O governo federal considera viável a criação da CSS que está pronta para ser votada na Câmara. Porém, a última ordem do Palácio do Planalto é deixar a discussão para o ano que vem, após a posse de Dilma Rousseff na presidência.