Dilma nega terrorismo contra oposição

Depois de afirmar que a oposição vai acabar com programas implantados no governo Luiz Inácio Lula da Silva, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Bolsa Família, a ex-ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) negou nesta segunda-feira que tenha adotado um discurso de “terrorismo” contra a oposição. Dilma disse que, enquanto a oposição […]

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Depois de afirmar que a oposição vai acabar com programas implantados no governo Luiz Inácio Lula da Silva, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Bolsa Família, a ex-ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) negou nesta segunda-feira que tenha adotado um discurso de “terrorismo” contra a oposição. Dilma disse que, enquanto a oposição não desmentir publicamente a sua intenção de acabar com programas como o PAC, há a possibilidade de extinção dos programas.

“O que estamos fazendo é que não é possível que se diga numa revista que se vai acabar com o PAC, que o PAC não é um projeto, que é uma lista de obras puro e simplesmente, e que também vão rever a política econômica. Depois não pode fingir que não disse, ou vai a público e desmente. Não estamos aqui fazendo terrorismo, estamos apenas constatando”, afirmou.

Em discurso hoje na posse do ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes) na presidência do PR (Partido Republicano), Dilma disparou críticas à oposição –a quem classificou de “falsos cordeiros com mãozinhas de lobo”. A ministra disse, no discurso, que a oposição não pode garantir a continuidade de programas implantados no governo Lula porque passou os últimos sete anos criticando as ações do PT.

Pré-candidata petista ao Palácio do Planalto, Dilma disse não estar disposta a “baixar o nível” da campanha presidencial. “Nós não vamos de maneira alguma baixar o nível no que se refere a acusações pessoais, a difusão de boatos, nem nada disso. Nós queremos discutir propostas, projetos.”

Depois da cerimônia, a pré-candidata fez novas críticas aos oposicionistas. “Eu disse que eles governaram para os ricos, foram eleitos para fazer isso e fizeram isso. Eu só posso supor que o que foi feito antes continue no futuro, a não ser que haja uma mudança radical. Eu não acredito que no passado houve uma política de distribuição de renda efetiva no Brasil”, afirmou.

Com a promessa de ter o PR em sua chapa na corrida presidencial, Dilma disse que o partido é um “grande parceiro” e tem em Nascimento um dos “pais” do PAC do governo Lula. “Quando a gente fala PAC, todo mundo acha que eu sou mãe do PAC. O PAC tem vários pais. O Alfredo é um dos pais do PAC. Ele cuidou, zelou.”

Campanha

Dilma disse que não tem como prioridade na sua campanha à Presidência da República participar de atos do governo federal ao lado do presidente Lula. Mas não descartou a possibilidade de acompanhar obras e inaugurações que tiveram início na sua gestão na Casa Civil.

“Nós não estamos pretendendo fazer isso não, até porque o que eu posso fazer é ir em recintos fechados, fazer atos. Eu não estou proibida de, como cidadã, comparecer a uma inauguração. Não posso falar, não posso me manifestar. Mas nada me impede até junho de fazer isso. Agora, não é essa a linha fundamental de campanha que a gente pretende exercer”, afirmou.

A ministra disse que pretende, pelo menos, “olhar de longe” algumas inaugurações de sua gestão. “Se você me perguntar: você nunca irá? Não vou responder que nunca irei. Eu posso ir, mas não vai ser na minha agenda, não vai dominar a participação, inauguração de obra. Apesar de a hora que entregarem casas do Minha Casa, Minha Vida, eu vou ficar de longe olhando.”

Quatro dias após deixar a Casa Civil, Dilma disse que não teve tempo de descansar antes de dar oficialmente início à sua pré-campanha. “Eu trabalho muito, mas no primeiro dia que eu não fui ministra foi um dia que era praticamente um semi-feriado, e eu estava de mudança. Na verdade, eu trabalhei bastante carregando caixas, mudando móveis, então não foi assim propriamente um dia leve o primeiro dia”, relatou.

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