O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o mensalão do DEM do Distrito Federal, deputado Alírio Neto (PPS), confirmou nesta segunda-feira que foi adiado o depoimento do delator do esquema, Durval Barbosa. Ex-secretário de Relações Institucionais do governo José Roberto Arruda, Barbosa encaminhou à Câmara Legislativa do Distrito Federal pedido para que fosse adiado o depoimento que prestaria às 10h desta terça na Polícia Federal.

Conforme requerimento enviado aos parlamentares, Barbosa diz que não tem conhecimento da abrangência do inquérito sobre o caso e tampouco pode dar declarações até o final das investigações da Polícia Federal. “Amanhã com certeza não tem depoimento. Vamos enviar uma comissão para falar com os promotores e decidir o que fazer”, disse Alírio Neto. A data do novo depoimento ainda não está agendada.

“Por um ato estranho à vontade dessa Casa, ele pediu para que não fosse ouvido amanhã”, afirmou o relator da CPI, Raimundo Ribeiro (PSDB), evitando em falar que o adiamento garanta “sobrevida” a Arruda e seus aliados. “As pessoas que não estão se sentindo aptas estão ficando caladas (nos depoimentos). Ele (Durval Barbosa) não se recusa a depor, e sim pede mais prazo para analisar os dados. É mais cautelar que a gente possa acertar uma data com toda a disponibilidade”, disse.

Para a oposicionista Erika Kokay (PT), o delator do escândalo deve ser tratado como um “contribuidor” e, por isso, deve ser atendido o pedido de adiamento da oitiva. “Não queremos que o Durval Barbosa venha a depor e que não haja qualquer tipo de contribuição. Não se tem que entrar em choque com o Durval agora. Ele é um contribuidor”, afirmou a parlamentar.