Denúncias contra tesoureiro do PT não afetarão Dilma, diz Alencar

O vice-presidente José Alencar disse nesta terça-feira não acreditar que as denúncias do Ministério Público de São Paulo envolvendo o tesoureiro do PT, José Vaccari Neto, possam atrapalhar o andamento da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República. “Algumas pessoas fazem coisa desse tipo [denúncias] com esse objetivo [atrapalhar a campanha]. […]

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O vice-presidente José Alencar disse nesta terça-feira não acreditar que as denúncias do Ministério Público de São Paulo envolvendo o tesoureiro do PT, José Vaccari Neto, possam atrapalhar o andamento da candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República.

“Algumas pessoas fazem coisa desse tipo [denúncias] com esse objetivo [atrapalhar a campanha]. Mas quem conhece a ministra Dilma sabe que essas coisas não vão colar contra ela”, disse o vice, em São Paulo, onde participou da reunião do conselho do World Trade Center.

Alencar, porém, afirmou que defende a investigação das denúncias que envolvem Vaccari Neto no suposto esquema de desvio de verba da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) em benefício das campanhas eleitorais do PT. Entretanto, ressaltou que o ônus da prova é de quem acusa.

“Sempre fui a favor de que quando há uma denúncia ela deve ser objeto de apuração rigorosa. Nós vivemos em um Estado de Direito, mas temos que respeitar o próximo. A priori, é que o cidadão é honesto até que prove o contrário. Então, o ônus da prova é de quem acusa”, afirmou.

Como tesoureiro do PT, Vaccari também teria como uma de suas funções as finanças da campanha de Dilma. Hoje, porém, a ministra confirmou que o partido pretende manter uma tesouraria específica para gerir os recursos de sua campanha presidencial, separada da tesouraria geral da legenda, como antecipou ontem a coluna de Renata Lo Prete, publicada pela Folha.

De acordo com reportagem da revista “Veja” desta semana, o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, analisou mais de 8.000 páginas de documentos do processo que envolve o desvio de recursos e concluiu que a direção da Bancoop movimentou R$ 31 milhões em cheques para a própria cooperativa. Esse tipo de movimentação é uma forma de não revelar o destino do dinheiro.

Segundo a investigação, dirigentes da cooperativa teriam criado empresas fantasmas que prestavam serviços superfaturados e faziam doações não contabilizadas ao PT. Para Blat, há indícios de caixa dois, uma vez que os recursos repassados ao partido não constam dos registrados da Justiça Eleitoral.

CPI

O presidente da Assembleia de São Paulo, deputado Barros Munhoz (PSDB), assinou hoje o documento que autoriza a abertura da CPI para investigar o suposto esquema de desvio de verba da Bancoop para campanhas do PT.

A autorização será publicada amanhã no “Diário Oficial” de São Paulo. Os partidos têm 15 dias para escolher os integrantes. A maioria dos deputados estaduais apoia o governo de José Serra (PSDB).

O pedido de CPI foi apresentado em outubro de 2008 pelo líder do PSDB na época, o deputado Samuel Moreira, com a assinatura de 35 parlamentares –duas a mais do que o mínimo necessário para solicitar a investigação.

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