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Dengue recebe atenção após ano recorde de mortes

A dengue causou em 2010 o maior número de casos e mortes na história do Brasil. Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia viveram a situação mais problemática – juntos, registraram 605.491 casos, ou 64% do total do país. Os governos estaduais dizem que esses recordes se devem, além do retorno […]
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A dengue causou em 2010 o maior número de casos e mortes na história do Brasil. Minas Gerais, , Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia viveram a situação mais problemática – juntos, registraram 605.491 casos, ou 64% do total do país. Os governos estaduais dizem que esses recordes se devem, além do retorno do vírus tipo 1 e das fortes chuvas, a falhas ocorridas no atendimento a pacientes e nas políticas de combate ao mosquito. Diante desse cenário, os governos intensificaram medidas de controle ao longo do ano para alcançar melhores resultados em 2011.

De acordo com representantes das secretarias de saúde de Minas Gerais, Bahia e Goiás, houve sim erros que fizeram com que a doença saísse de controle em 2010, como queda no número dos mutirões que vão às casas para acabar com os focos do mosquito, carros quebrados, falta de bombas de fumacê, além de profissionais despreparados para atender pacientes que apresentavam a forma grave da doença.

Esses problemas no combate à doença se refletiram também no maior número de casos graves e de óbitos. Nos cinco Estados com mais casos gerais, foram registrados 7.140 casos graves (49% das notificações do país) e 363 mortes (61% do total).

Diante dos resultados ruins, os governos estaduais afirmam que aumentaram as medidas de combate à doença para que o cenário de 2011 não seja tão grave. Os Estados investiram em ações como mais acompanhamento de municípios considerados de risco, oficinas para agentes de controle do vetor, treinamentos de profissionais de saúde, além da aquisição de bombas costais e de carros de UBV (fumacê).

Caso a caso

Em Goiás, o maior culpado pela dengue foi a influenza A (H1N1), a chamada gripe suína. Com a epidemia ocorrida em 2009, houve diminuição nas medidas de combate ao mosquito no Estado, segundo a superintendente de Políticas de Atenção Integral à Saúde de Goiás, Elizabeth Araújo. Ela afirma que a preocupação com a gripe suína fez diminuir o número de mutirões para controle do vetor.

As consequências foram sentidas já na primeira semana de 2010, quando Goiás notificou cerca de 6.000 casos da doença. Elizabeth afirma ainda que faltava um programa de ação continuada no Estado, o que foi implementado neste ano.

– Como a rotatividade dos médicos é grande a cada ano, se eles não possuem vivência e conhecimento sobre a dengue, isso dificulta o atendimento dos pacientes.

De acordo com a superintendente, o descuido foi maior no interior do Estado. Houve também um aumento do número de óbitos, que passou de 31, no ano passado, para 65 neste ano.

O crescimento do número de mortes também foi verificado em Minas Gerais, que ainda registrou aumento das formas graves da doença. Enquanto os casos graves passaram de 493 para 1.046, entre 2009 e 2010, os óbitos subiram de 22 para 96 – o segundo Estado com mais vítimas, atrás apenas de São Paulo, com 141 mortes.

De acordo com o superintendente de Epidemiologia da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, Francisco Leopoldo Lemos, o aumento de mortes neste ano foi “intrigante”. Ao investigar o aumento da letalidade no Estado, Lemos afirma que, em alguns casos, houve demora no atendimento.

– Seja por procura tardia de uma unidade [por parte do paciente] ou por despreparo da rede assistencial. Para ambos os casos foram intensificadas medidas para diminuir os óbitos.

O próprio Ministério da Saúde já reconheceu que o atendimento a pacientes com dengue é falho no Brasil. Uma pesquisa feita pelo órgão e divulgada neste ano indicou que, dos casos de morte pela doença em 2010, houve falha no atendimento em 69% dos casos. O levantamento apontou, por exemplo, que os pacientes não foram atendidos conforme as diretrizes do ministério.

Lemos afirma ainda que o número de casos graves em Minas Gerais deve ser maior do que a quantidade registrada.

– Como foram registrados cerca de 250 mil casos, seriam esperados 2.500 casos graves, porém só estão registrados cerca de 1.100. Temos trabalhado junto com os municípios no intuito de revisão de prontuários, identificando casos graves notificados como casos clássicos.

No caso da Bahia, o ano de 2010 sofreu com as consequências de 2009, quando a dengue bateu recordes no Estado. Enquanto no ano passado foram 1.811 casos graves e 66 mortes, neste ano foram 904 casos graves e 29 vítimas. Apesar da diminuição, a Bahia ainda é o oitavo Estado em número de mortes, o sexto em casos graves e o quinto em casos gerais.

De acordo com a superintendente de Vigilância e Proteção à Saúde, Lorene Pinto, o que levou ao elevado número de mortes em 2009 e 2010 foram as dificuldades que os profissionais de saúde da Bahia encontravam ao enfrentar a forma grave da doença.

– O problema estava no manejo clínico. Então fizemos treinamentos para [o profissional de saúde] identificar a [forma mais grave da] doença e implementar as medidas terapêuticas.

Comunidade precisa participar

Em todos os cinco Estados, a expectativa das autoridades é a de que o número de casos e de mortes seja menor em 2011. Para que isso ocorra, Lorene afirma que não bastam as políticas implementadas pelas secretarias de saúde.

– Esse problema fica fora da governabilidade da saúde. Precisamos de parcerias com outras áreas para resolver questões como a ocupação desordenada, limpeza de canais e abastecimento de água.

Além disso, Lorene afirma que as pessoas precisam se comprometer dentro de casa.

Aprenda abaixo mais sobre a doença e saiba o que você pode fazer para acabar com o mosquito na sua comunidade.

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