Dengue: laudo que esclarece morte está ‘empacado’ no Evandro Chagas, justifica Sesau
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a Vigilância de Saúde entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber o motivo da demora dos exames da dengue hemorrágica que estariam ‘empacados’ no Instituto Evandro Chagas (PA). Somente com o resultado, é possível que as família das vítimas saibam se a causa da morte foi ou não dengue. Leonardo […]
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A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a Vigilância de Saúde entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber o motivo da demora dos exames da dengue hemorrágica que estariam ‘empacados’ no Instituto Evandro Chagas (PA).
Somente com o resultado, é possível que as família das vítimas saibam se a causa da morte foi ou não dengue. Leonardo Santana de Brito, 22, faleceu no dia 15 de janeiro com suspeita de dengue hemorrágica.
Após dois meses, a família de Leonardo luta para ter acesso ao documento, crucial para que ela busque na Justiça seus direitos.
Os exames indicariam se Leonardo faleceu ou não por conta da doença.
O jovem morava no bairro José Pereira.
Laís Lucrécia Bordado, 26, esposa da vítima, entrou em contato com o Midiamax, para falar da sua angústia já que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) teria lhe informado que o resultado sairia em no máximo trinta dias.
“Meu marido faleceu no dia 15 de janeiro, no caso o resultado deveria estar pronto em 15 de fevereiro, eu ligo no SVO (Serviço de Verificação de Óbitos), e lá me falam que o resultado ainda não chegou do laboratório. Também não sabem me informar em qual laboratório está sendo feito o exame”, disse Laís.
A Sesau informou à reportagem que não é autorizada a informar resultado para a imprensa.
Desencontro
Por outro lado, o SVO diz que já está com o laudo. A esposa da vítima disse que esse laudo é o resultado da autópsia que ficou confirmado a parada cardiorrespiratória, e não o resultado detalhado sobre a causa da morte, que provaria se Leonardo faleceu ou não de dengue hemorrágica.
Caso
De acordo com Laís Bordado, Leonardo passou mal no último dia 13 por volta das 10h. Ele estava com dores no corpo nos olhos e com febre alta de 39,5 C°, quando procurou o Posto de Saúde Alessandro Martins de Souza, na Vila Almeida.
Segundo a esposa o seu marido foi atendido somente às 14h, onde a médica de plantão o examinou e o medicou com dipirona, paracetamol e solicitou um hemograma completo junto com exame de sangue e urina.
Em seguida, a médica teria informado que ele estava com suspeita de dengue e pediu para que ele retornasse no dia seguinte.
Já no dia 14 de janeiro, Laís informou que ambos retornaram ao posto do Vila Almeida, onde Leonardo foi atendido pela mesma médica, que teria dito que os exames dele estavam normais e que ele continuasse com os mesmos medicamentos e que retornasse no dia seguinte.
No dia em que faleceu, 15 de janeiro, a esposa de Leonardo disse que ele foi cedo até o posto de saúde do Conjunto José Pereira, onde a consulta teria ficado marcado para às 13h.
Com isso, ele retornou para casa. Porém, como estava passando mal, Leonardo resolveu não esperar até às 13h e decidiu ir até o posto Doutor Alessandro Martins de Souza no Vila Almeida.
Chegando ao posto, Leonardo teria sido atendido por uma técnica de enfermagem onde foi feito a triagem e posteriormente, foi levado para o repouso.
Ainda segundo Laís, o médico o atendeu por volta das 12h. Leonardo se queixou de muita dor no peito e falta de ar. O médico teria o examinado e lhe disse que o seu pulmão estava limpo, que iria passar uma medicação e posteriormente fazer o raio-X.
Após ser medicado, Leonardo continuou a piorar, suava excessivamente, vomitava, tossia muito e que sua falta de ar continuava. Por volta das 12h45min Laís disse que ele se sentou e gritou por socorro. “Ele disse socorro pelo amor de Deus”.
No momento uma enfermeira foi até local, depois até o setor de emergência para chamar um médico de plantão, mas ele não veio, ele já estava com as unhas e o rosto roxo, disse Laís.
Auxiliado por sua esposa, Leonardo teria ido até a emergência às 13h, quando o médico o examinou e passou inalação medicamentos.
Após isso o médico teria informado que Leonardo estava com um edema pulmonar e de que ele precisava ser transferido para um hospital imediatamente, pois lá não tinha como fazer exames para saber o que ele realmente tinha.
“O médico olhou o resultado dos dias treze e quatorze e solicitou uma vaga na central através de seu próprio celular, retornou e disse que não havia vaga. Eu perguntei se ia demorar muito, ele disse que poderia demorar de 10 minutos a 6 horas e que dependia da central”, disse Laís. Brito não resistiu e morreu no posto de saúde do Vila Almeida.
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