Delegado denunciado por tortura depõe, convence Corregedoria e segue na chefia
Porta-voz da Polícia Civil disse que caso segue investigado, mas até agora não há indício de falha policial que justificasse o afastamento do delegado Edson Pigosso
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Porta-voz da Polícia Civil disse que caso segue investigado, mas até agora não há indício de falha policial que justificasse o afastamento do delegado Edson Pigosso
O delegado Edson Pigosso, chefe da Delegacia da Polícia Civil de Sidrolândia, cidade 60 km longe de Campo Grande (MS), denunciado ao CDDH (Centro de Defesa dos Direitos Humanos) Marçal de Souza, por supostas ações de tortura na delegacia e falhas em investigações, prestou depoimento à Corregedoria da Polícia Civil e, enquanto durar a apuração, ele permanece no comando da unidade policial, informou a assessoria de imprensa da Polícia Civil.
O porta-voz da Polícia, o delegado Jeferson Nereu Luppe, disse que as explicações do delegado Pigosso foram “convincentes” e que os crimes registrados na delegacia comandada por ele têm sido resolvidos, as autorias identificadas e, ao menos por enquanto, não há um sequer indício de falha ou transgressão policial que obrigue a Corregedoria a afastá-lo do cargo.
Pigosso tem sido denunciado ao CDDH desde o ano passado por mães de adolescentes que foram assassinados na cidade de 2007 para cá.
Depoimentos delas indicam que o delegado teria espancado adolescentes na delegacia e feito ameaças a um comerciante da cidade.
As mães reclamam ainda que sempre que procuram o delegado para saber das investigações dos crimes que tiraram as vidas de seus filhos, ou são hostilizadas pelo delegado ou nem sequer são ouvidas por algum policial da delegacia chefiada por Edson Pigosso.
A dona de casa Conceição Aparecida Rodrigues, 51, uma das denunciantes, tia de Diogo Aparecido Oliveira Rodrigues, 17, assassinado a tiros no dia 25 de outubro de 2008, disse que antes do crime o sobrinho dela fora detido por três vezes por suspeitas de furto.
Note que num trecho da denúncia Conceição acusa diretamente o delegado por prática de tortura: “o meu sobrinho contou-me que sofreu muita violência, espancamento, tortura durante os 15 dias em que ele ficou detido. Eu mesma vi o Diogo chegando em casa, ao ser liberado da Delegacia, vomitando sangue. Naquela ocasião ele relatou que foi espancado, foi humilhado e torturado pelo delegado Edson Fernandes Pigosso e pelos policiais militares Valdir e Nilson. O fato é que o meu sobrinho Diogo Aparecido Oliveira Rodrigues foi agredido em mais duas vezes quando teve passagem pela delegacia”. O delegado sempre negou as acusações.
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