Das potências emergentes, apenas o Brasil é da paz
Entre as quatro grande potências emergentes que serão as economias dominantes no mundo nas próximas décadas, apenas o Brasil está livre das ameaças terroristas em seu próprio território. Todos os outros países do grupo conhecido como Bric (que ainda inclui Rússia, Índia e China) sofrem com conflitos separatistas, religiosos e étnicos. Nesta semana, rebeldes fundamentalistas […]
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Entre as quatro grande potências emergentes que serão as economias dominantes no mundo nas próximas décadas, apenas o Brasil está livre das ameaças terroristas em seu próprio território. Todos os outros países do grupo conhecido como Bric (que ainda inclui Rússia, Índia e China) sofrem com conflitos separatistas, religiosos e étnicos. Nesta semana, rebeldes fundamentalistas explodiram duas estações do metrô de Moscou matando 39 pessoas.
Na Rússia, a região de população muçulmana do Cáucaso do Norte é o endereço dos grupos separatistas de regiões como a Tchechênia, a Inguchétia e o Daguestão, onde outro ataque matou duas pessoas nesta quinta-feira (1º).
Muçulmanos em um país majoritariamente cristão, com metade da renda média russa, os habitantes do Cáucaso do Norte enfrentaram duas guerras sangrentas nos últimos 15 anos, ao fim das quais o governo central de Moscou esmagou revoltas separatistas na república (Estado com língua própria) da Tchetchênia. O atual PIB da Rússia é de US$ 1,32 trilhão e sua população total de 140 milhões.
Mas a repressão militar e política não conseguiu destruir a resistência, que adotou cada vez mais os ataques terroristas no lugar de um conflito convencional ou de guerrilhas. Os ataques suicidas de mulheres-bomba no metrô de Moscou fez o mundo temer que os grupos radicais russos possam se aliar à rede terrorista Al Qaeda.
Na Índia, a Caxemira é o problema
Na Índia, país com 1,2 bilhão de habitantes e PIB de US$ 1 trilhão, o foco de tensão está na Província da Caxemira, de maioria muçulmana. A região, que concentra cerca de 10% da população, na divisa entre a Índia de maioria hindu e o Paquistão muçulmano, continua a ser um enclave mal resolvido da história recente da região.
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..Os dois países eram parte do Império Britânico até 1947, quando houve a independência e a partilha da região. Desde então os dois países disputam a área e a religião tem sido o combustível do conflito, numa região onde convergem vários interesses, como os da China e dos EUA – vale lembrar que o vizinho Paquistão faz fronteira com o Afeganistão e é um dos maiores focos de terrorismo fundamentalista islâmico no mundo.
Em novembro de 2008, terroristas explodiram um hotel em Mumbai, na Índia, matando 166 pessoas.
China tenta sufocar minoria muçulmana
Na China, onde 92% dos 1,34 bilhão de habitantes pertencem à etnia han, a região de Xinjiang, no noroeste do país, próximo à fronteira com o Paquistão e o Afeganistão, é o endereço de uma população de maioria muçulmana. A região dos uigures chegou a proclamar a independência no início do século 20, mas em 1949 foi anexada pelo regime comunista, junto com o Tibete, de maioria budista.
Em junho de 2009, a região foi palco de um conflito entre os uigures e os chineses han. O governo de Pequim reprimiu com violência os protestos, com mais de 150 mortos, mas a região ainda oferece perigo ao regime. O temor da China, que comanda uma economia de US$ 4,7 trilhões, é que grupos radicais uigures possam se organizar à maneira da Al Qaeda e promover atentados terroristas, como os que aconteceram em Moscou.
Brasil é da paz mas pode ter nova base militar
Mesmo com seus quase 200 milhões de habitantes vivendo distantes de conflitos étnicos e religiosos que alimentam o terrorismo nas outras potências emergentes do Bric, o Brasil discute a construção de uma base militar multinacional no Rio de Janeiro.
Segundo informações publicada da imprensa, por sugestão da Polícia Federal (PF), o governo debate com Comando Sul das Forças Armadas americanas, a criação de uma base “multinacional e multifuncional”. A base formaria, com duas já existentes, em Key West (EUA) e em Lisboa (Portugal), o tripé de monitoramento, controle e combate ao narcotráfico e ao contrabando, principalmente de armas, além de vigilância antiterrorista.
O fato de o Brasil ser um país livre de movimentos terroristas é, para muitos especialistas, uma vantagem ao seu desenvolvimento econômico. O país tem uma economia de US$ 1,5 trilhão e a paz pode beneficiá-lo ainda mais, já que a luta contra o terrorismo não consome parte de seu orçamento nem afugenta investidores, como nas outras potencias emergentes.
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