Cresce o número de devoluções de embalagens vazias de agrotóxicos

O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) divulgou o balanço da devolução de embalagens de agrotóxicos realizadas em Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2010. Os números indicam crescimento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. O Estado ocupa o oitavo lugar entre os Estados que mais destinaram […]

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O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) divulgou o balanço da devolução de embalagens de agrotóxicos realizadas em Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2010. Os números indicam crescimento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado.

O Estado ocupa o oitavo lugar entre os Estados que mais destinaram embalagens para reciclagem, totalizando 1.208 toneladas de janeiro a junho deste ano. O ranking de Estados foram Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia que, juntos, representam 84,9% do total devolvido em todo o País (de um total de 16.837 toneladas).

Segundo o coordenador regional de Operações da Inpev, Hamilton Rondon, mais importante que Mato Grosso do Sul ocupar o oitavo lugar no ranking de Estados que mais recolheram embalagens de agrotóxicos, é o aumento do percentual de devoluções. “A cada mês há um aumento na devolução de embalagens vazias, o que representa uma maior conscientização de agricultores em relação ao meio ambiente”, afirma Hamilton.

A legislação estadual e federal prevê a devolução de embalagens vazias de agrotóxicos, até um ano após a compra. Para Vera Lucia Amaral, fiscal estadual agropecuária da Iagro – órgão responsável pela fiscalização do comércio e a utilização dos agrotóxicos – a importância da devolução é uma questão de saúde e de meio ambiente. “É você não permitir que um produto tóxico polua o meio ambiente”, lembra a fiscal agropecuária. Em caso de desrespeito das normas, a lei prevê multa de até R$ 13 mil. Para evitar esse problema, a Iagro desenvolve regularmente campanhas de conscientização de produtores rurais.

Como Funciona

O Brasil é hoje um dos grandes produtores agrícolas mundiais. A comercialização de grande volume de defensivos agrícolas acompanha esse ritmo e para tentar diminuir o volume de lixo tóxico causado pela reutilização ou queima dessas embalagens foi criada a obrigatoriedade da devolução dessas embalagens para reciclagem, para evitar riscos de contaminação na população e ao meio ambiente.

O programa é um sistema formado pela integração de diversos elos da cadeia produtiva agrícola como agricultores, canais de distribuição, cooperativas, indústria, e conta com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O agrotóxico é manipulado de acordo com as normas do Ministério do Meio Ambiente e para aplicar alguns tipos de produtos, os empregados precisam usar roupa especifica para proteção como máscara, luva e botas de borracha. Antes da devolução, a embalagem deve ser lavada três vezes e depois perfurada.

O processo é para que não fique nenhum resíduo dentro e também para que a embalagem não seja reutilizada. As embalagens devem ser encaminhadas a postos de recebimento ou centrais de reciclagem. Em Mato Grosso do Sul existem oito centrais e sete postos de recebimento de embalagens.

Em Campo Grande a central de recolhimento de embalagens foi criada em 2003 e é mantida por um grupo de empresas que comercializa agrotóxicos na Capital. Eles recebem embalagens plásticas, metais e até as caixas de papelão que são usadas no transporte do produto. O material é separado e depois vai para a prensa. Cada fardo pesa cerca de 60 quilos. Depois desse processo as embalagens seguem para as recicladoras. O Brasil é campeão mundial de recolhimento de embalagens de agrotóxicos. Nos últimos sete anos foram 136 mil toneladas recolhidas. Mara Riveiros

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