A operação ‘Corcel Negro’ do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) que fiscaliza o setor carvoeiro e siderúrgico em
14 estados brasileiros flagrou em Mato Grosso do Sul a exploração ilegal do carvão.
A operação começou na segunda-feira (22) e até ontem 15 autos de
infração foram lavrados.

De acordo a Divisão de Proteção Ambiental do Ibama MS, a maioria dos autos de infração foi por transporte irregular de carvão e produção sem comprovação de origem através do DOF (Documento de Origem Florestal). Foram lacradas 2 carvoarias ilegais na região de
Ribas do Rio Pardo e uma em funcionamento no lixão da cidade de Paranaíba.

A situação revela o desmatamento nos biomas Cerrado e Pantanal. No Mato Grosso do Sul a operação está sendo realizada em toda a região do Bolsão, que fica no sudeste do Estado, a região tradicionalmente maior produtora de carvão. Também estão sendo fiscalizadas as principais indústrias consumidoras desse produto que são as siderúrgicas instaladas aqui no Estado.

São apenas sete equipes de fiscais do Ibama MS. As principais vias de escoamento do carvão são as BRs 497, 262 e 267. Por elas passam os caminhões que seguem em direção ao pólo siderúrgico de Minas Gerais, principal consumidor do carvão produzido em MS.

Segundo informações da assessoria do Ibama, em 2007 Mato Grosso do Sul se tornou
o segundo maior produtor de carvão em todo o país com um total de 4,5 milhões
de metros cúbicos de carvão. E neste mesmo ano o Estado também foi o maior
exportador do produto para as siderúrgicas instaladas em Minas Gerais e os
centros consumidores da região sudeste do país. Estes números também incluem o carvão
importado do Paraguai, que entra no Mato Grosso do Sul através da fronteira
seca com o país vizinho.

Em 2008 a produção de carvão do Estado ficou em 3,8 milhões de metros cúbicos. A superintendência do Ibama em Mato Grosso do Sul calcula que os números de 2009 sejam
menores em razão das inúmeras operações de fiscalização do Ibama deste setor no
Estado e também em razão da diminuição da produção das siderúrgicas por causa
da crise econômica.

Nos últimos 3 anos, Mato Grosso do Sul perdeu cerca de 270 mil hectares de mata nativa. A maior parte dessa derrubada em massa se deve à produção ilegal de carvão no Estado. Hoje há 84% da planície preservada e 47% do planalto.