Conselho de Segurança da ONU condena atentados em Moscou

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), do qual o Brasil faz parte como membro não-permanente, condenou nesta segunda-feira o duplo atentado terrorista contra o metrô de Moscou que deixou ao menos 38 mortos e 70 feridos. “Os membros do Conselho de Segurança condenam os atentados de hoje em Moscou, que provocaram […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), do qual o Brasil faz parte como membro não-permanente, condenou nesta segunda-feira o duplo atentado terrorista contra o metrô de Moscou que deixou ao menos 38 mortos e 70 feridos.

“Os membros do Conselho de Segurança condenam os atentados de hoje em Moscou, que provocaram um grande número de mortes”, disse o presidente rotativo do órgão, o diplomata gabonês Emmanuel Issoze Ngondet.

O diplomata transferiu, em uma declaração lida à imprensa, o pesar dos 15 membros do Conselho, do qual a Rússia é membro permanente, pela grande quantidade de vítimas fatais, assim como as condolências ao povo e governo russos.

Ngondet lembrou que, para a ONU, o terrorismo representa “uma das maiores ameaças à paz e à segurança internacional” e que seu exercício é “um crime injustificável”.

O Serviço Federal de Segurança russo (FSB) atribuiu o ataque cometido por mulheres suicidas a “grupos terroristas” do norte da região do Cáucaso.

Mulheres terroristas suicidas já cometeram atentados em Moscou em outras ocasiões. Elas são conhecidas como “viúvas negras” porque vestem roupas de luto e geralmente são esposas de guerrilheiros islâmicos abatidos pelos serviços secretos russos.

Uma das substâncias utilizadas nas explosões foi a ciclonita, tida como uma das preferidas da guerrilha separatista tchetchena.

Ataques

O primeiro atentado desta segunda-feira aconteceu às 7h57 (0h57 no horário de Brasília) em um vagão parado na estação Lubianka. A Praça Lubianka abriga a sede do FSB, sucessor da KGB soviética, que neste edifício interrogava e eliminava os dissidentes durante as punições da então União Soviética.

O segundo atentado foi executado na estação Park Kultury, na mesma linha do metrô, às 8h40 (1h40 no horário de Brasília). A estação fica próxima ao Parque Gorky.

“Eu ouvi uma explosão, virei minha cabeça e havia fumaça em todos os lados. As pessoas correram para as saídas gritando”, disse Alexander Vakulov, 24, que estava em um trem na plataforma oposta ao local da explosão em Park Kultury.

“Eu vi uma pessoa morta pela primeira vez na minha vida”, disse Valentin Popov, 19, que acabara de chegar na estação.

Em ambos os casos, as bombas foram detonadas quando os trens chegaram na estação e as portas estavam abrindo.

“Em Park Kultury, segundo dados preliminares, foi uma mulher-bomba. Segundo os fragmentos do corpo, que estão sendo examinados, o explosivo estava na altura da cintura. A situação é a a mesma em Lubianka”, disse o porta-voz do comitê de investigação do Ministério Público de Moscou, Vladimir Markin.

Histórico

Moscou registrou nos últimos dez anos uma série de explosões reivindicadas por militantes da causa separatista da Tchetchênia, uma república do Cáucaso. Nos últimos anos, contudo, os atentados se tornaram menos frequentes.

O último ataque no metrô de Moscou acontecera em 6 de fevereiro de 2004, entre as estações Avtozavodskaia e Pavelestakia, com um balanço de 41 mortos e 250 feridos.

Em agosto do ano passado, Medvedev anunciou a ampliação da campanha contra o terrorismo no Cáucaso Norte, após outro atentado suicida ter sido perpetrado contra um prédio da polícia na república da Inguchétia, no qual morreram 24 pessoas.

Nos últimos meses, as tropas russas intensificaram as operações militares contra rebeldes islâmicos no Cáucaso Norte e mataram vários dirigentes rebeldes.

Conteúdos relacionados