Várias organizações de apoio a Sakineh Mohammadi Ashtiani, a iraniana condenada à morte por apedrejamento, manifestaram nesta terça-feira (2) na França o temor de que ela seja executada na quarta-feira.

“Sakineh Mohammadi Ashtiani aparentemente está ameaçada de ser executada amanhã, quarta-feira, 3 de novembro”, informa um comunicado da revista francesa “La règle du jeu”, dirigida pelo filósofo Bernard-Henri Lévy.

“Uma carta da Suprema Corte de Teerã foi enviada ao escritório de aplicação das penas na penitenciária de Tabriz autorizando a execução rápida de Sakineh. As execuções acontecem na quarta-feira, assim estamos terrivelmente preocupados por Sakiney hoje”, completa o texto.

Ainda não havia confirmação das autoridades iranianas.

Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, foi condenada em 2006 a 10 anos de prisão pela acusação de cumplicidade no assassinato do marido e ao apedrejamento até a morte por várias acusações de adultério, segundo as autoridades iranianas.

A condenação provocou uma enorme campanha internacional, inclusive no Brasil, para evitar a aplicação da pena, assim como vários questionamentos aos julgamentos.

A preocupação da “La Règle du jeu” é compartilhada fundamentalmente pela Liga do Direito Internacional das Mulheres, segundo informações transmitidas na segunda-feira por fontes iranianas ao Comitê Internacional contra o Apedrejamento e ao Comitê Internacional contra a Execução.

Várias associações convocaram um protesto na tarde desta terça-feira diante da embaixada do Irã em Paris para exigir a libertação de Sakineh.

Em julho, o governo do Irã anunciou que a condenação à morte por apedrejamento, confirmada em 2007 em apelação, estava suspensa e que o caso seria reexaminado.