Comerciantes reclamam do valor da energia

Para comerciantes, tarifa de energia elétrica é “roubalheira”

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Para comerciantes, tarifa de energia elétrica é “roubalheira”

Após o anúncio do aumento da tarifa de energia a população da Capital mostra-se indignada com o que eles chamam de “roubalheira”. Essa é a queixa do microempresário Frederico Brandão Silva, proprietário de uma casa de sucos e de um cyber café no bairro Tiradentes. “É um roubo a tarifa e ainda vão aumentar mais?”, questionou.

Segundo Frederico o que será pago no aumento da conta sairá dos lucros do pequeno comércio. “Eu não consigo repassar isso aos clientes, a concorrência já está difícil então não tenho como cobrar mais caro a hora no cyber. Também não somos atendidos na empres, pois desde que trocaram o relógio aqui da empresa minha conta ficou cada dia mais cara, só que ninguém me responde porque”, reclamou.

Já a comerciante Elizabeth Santos Silva, que tem uma conveniência no mesmo bairro, acredita que o reajuste pode prejudicar as vendas. “Eu tenho vários freezers com o aumento vou pagar uma energia maior ainda e claro que isso será repassado também para os consumidores, o que prejudica sim as vendas”, explicou.

Para os estudantes de veterinária Elano de Almeirda (20) e Dimim Flores o aumento da energia vai forçar uma dieta entre eles. “Já pagamos contas altissimas, agora com mais esse aumento certamente vamos ter que comer menos para não ficar sem luz”, ironizaram.

O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), relator da CPI da Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul), afirmou hoje que as investigações parlamentares garantiram maior controle do consumidor sobre o valor pago na conta de luz. Um exemplo, a possibilidade de acompanhar as discussões de reajuste tarifário na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Foi aprovado reajuste médio de 2,58% para as tarifas de energia da Enersul, que pertence ao Grupo Rede.

Índice

Porém, segundo o relator da CPI da Enersul, o aumento não vai ser sentido pelos sul-mato-grossenses, pois como a empresa deve R$ 191 milhões aos 710 mil consumidores das 73 cidades atendidas, o índice ficou em – 1,36%.

O desconto na conta de luz foi feito em três ciclos – um ano cada – e a partir deste mês, será paga a última parcela de R$ 78,9 milhões.

O reajuste, que passa a vigorar na quinta-feira, tem porcentual diferenciado entre os consumidores que recebem energia em baixa tensão e aqueles que são abastecidos em alta tensão. As residências em geral e o comércio terão as tarifas reajustadas em 1,72% e a população de baixa renda terá uma redução na conta de energia de 4,12%.

Para as indústrias, o aumento deve variar entre 6,02% e 8,52%. O aumento será aplicado nas contas de 634 mil unidades consumidoras em 72 municípios do Mato Grosso do Sul. O maior impacto no reajuste da tarifa foi a Conta de Consumo de Combustível (CCC), que teve variação de 116% nos últimos 12 meses. A CCC é cobrada na conta de luz para compensar os gastos com usinas movidas a óleo em regiões que estão fora do Sistema Interligado de Energia.

Neste ano, a energia comprada da usina de Itaipu, que é cotada em dólar, está impactando menos nos reajustes, já que a cotação da moeda norte-americana caiu de R$ 2,25 em março de 2009 para R$ 1,78 em março deste ano.

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