Pelo menos 11 guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) foram mortos ontem (3) em uma troca de tiros com militares colombianos. O combate ocorreu em um dos acampamentos do grupo rebelde no departamento (estado) de Arauca, fronteira com a Venezuela. Autoridades colombianas informaram que um outro rebelde ficou ferido e foi levado a um hospital. As informações são da agência de notícias BBC Brasil.

O conflito ocorreu menos de um mês depois do acordo de paz entre Venezuela e Colômbia. As tensões entre os dois países foram provocadas por denúncias de autoridades colombianas de que cerca de 1,5 mil guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e integrantes do ELN se escondem em território venezuelano.

A suspeita desagradou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que anunciou o rompimento das relações diplomáticas com o então presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. Mas no mês passado, tão logo tomou posse, o novo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, negociou o fim do impasse com Chávez e ambos afirmaram ter selado a paz.

No conflito de ontem, militares das Forças Armadas afirmaram que localizaram o acampamento por meio do serviço de inteligência e com informações de guerrilheiros desertores do movimento. As autoridades afirmaram ainda que as operações militares na zona do bombardeio ainda não acabaram.

Segundo os militares, o acampamento tinha capacidade para abrigar 50 rebeldes. O local era comandado pelos grupos Efraín Pavón Pavón e Domingo Laín, da frente oriental do ELN. Para as autoridades colombianas, esses grupos são responsáveis pelos atentados contra infraestruturas petrolíferas e energéticas do departamento (de Arauca) e por crimes de sequestro.

O ataque contra o ELN, a segunda maior guerrilha do país, ocorre um dia depois da morte de 14 policiais que foram vítimas de uma emboscada das Farc no departamento de Caquetá.

Ao passar pelo Brasil, na última quarta-feira (1º), o presidente colombiano afirmou que o tema das Farc é um assunto interno da política colombiana. Segundo ele, o Brasil e os demais países latino-americanos já colaboram ao rechaçar a ação dos terroristas na região.

“O problema nosso com as Farc é que é um problema interno colombiano e temos pedido que isso seja respeitado. Todos os países, da região, rechaçam o terrorismo e os métodos violentos para lograr objetivos”, disse. “Mas o diálogo com as Farc é nosso: dos colombianos com os colombianos.”