O governo colombiano acusou nesta terça-feira o canal de televisão “Telesur”, multiestatal sediado na Venezuela, de fazer propaganda a favor das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) após a divulgação de imagens exclusivas do momento em que o sargento Pablo Emilio Moncayo, refém da guerrilha durante 12 anos, foi entregue a uma missão humanitária.

“O governo nacional repudia que um meio de comunicação como a ‘Telesur’ se preste a fazer propaganda para um grupo terrorista como as Farc”, disse o alto comissário da paz para a Colômbia, Frank Pearl.

“Este meio de comunicação deve explicar ao país a razão de estar em um ponto do território colombiano junto com guerrilheiros das Farc”, enfatizou o comissário.

Leia mais sobre a libertação de Moncayo.

O canal venezuelano mostrou imagens de Moncayo antes e depois da libertação, despertando irritação nas autoridades colombianas, que desejavam uma operação “discreta”.

A cadeia de TV multiestatal, que opera em diversos países latinoamericanos e tem parte de seu orçamento financiado pelo governo venezuelano, limitou-se a dizer que recebeu as imagens em sua redação, em Caracas.

Segundo Liliana Solano, integrante da organização Colombianos e Colombianas pela Paz (CCP), o governo colombiano “deveria precisar melhor o que aconteceu antes de criticar” a emissora.

Vídeos

As primeiras imagens divulgadas pela “Telesur” mostraram Moncayo impaciente, aguardando a chegada da missão humanitária que o resgatou de um local em meio a selva, no sul da Colômbia.

Ele aparece vestido com uniforme militar, caminhando pela mata, e falando ao celular com seu pai. “Faltam poucas horas para me reencontrar com minha família”, ele aparece dizendo, ao olhar para o relógio, instantes antes de as Farc o entregarem para a missão humanitária.

No segundo vídeo, Moncayo já está com os integrantes da missão, entre eles a senadora Piedad Córdoba, que mediou sua libertação.