Sônia Moura com o seu neto de 4 meses embrulhado no cobertor diz que vai lutar pela guarda definitiva da criança e sobre o goleiro Bruno, disse: “É um monstro não conhece o amor de Deus, não tenho raiva e nem mágoa, eu não vou pedir pensão”

Desembarcou às 22h35min desta sexta-feira (9), no Aeroporto Internacional de Campo Grande, com o neto de 4 meses, a sitiante Sônia de Fátima Marcelo da Silva Moura, mãe da jovem Eliza Samúdio, desaparecida desde o início de junho. A avó desembarcou acompanhada do marido, Hernani Silva de Moura e de sua advogada Maria Lúcia.

“Agora ganhei um filho neto. Ele é uma criança tranquila risonha, um pedaço da minha filha, eu vou lutar pela guarda definitiva”, disse Sônia emocionada logo após o desembarque.

Indagada em relação ao goleiro Bruno, a mãe de Eliza Samudio, disse que “é um monstro não conhece o amor de Deus, não tenho raiva e nem mágoa, eu não vou pedir pensão”.

“Minha cabeça está um turbilhão, eu torço para que ele não seja o pai. O meu neto vai querer saber o que aconteceu com a mãe, não posso mentir”, disse Sonia chorando.

Nesta manhã na cidade de Foz do Iguaçu-PR, já com o neto de 4 anos, Sonia disse que levaria “a vida para frente, cuidar do meu neto com amor e carinho porque infelizmente a mãe dele não vai poder”.

Primeiros cuidados

Pela manhã, em lágrimas, e com o neto de 4 meses ao colo, a sitiante Sônia de Fátima Marcelo da Silva Moura deixou o consultório do pediatra Omar Oliveira, em Foz do Iguaçu (PR), nesta tarde. Segundo ela, poder cuidar do neto é uma forma de compensar o tempo que viveu longe da filha.

Sobre o goleiro Bruno do Flamengo, suspeito de arquitetar a morte da filha, Eliza Samúdio, 25, com quem a jovem teve um relacionamento amoroso, a mãe disse que preferia que o menino não fosse do jogador e também ainda não pensou em como vai dizer pro menino sobre a trágica relação dos pais dele.

A advogada dela, Maria Lúcia Borges, a acompanhou na viagem.

O bebê estava em Foz do Iguaçu (PR) com o pai da jovem desaparecida desde o dia 4 de junho. Luis Carlos Samudio é acusado de estuprar uma filha quando ela tinha 10 anos e essa informação pesou na decisão da Justiça paranaense em transferir a guarda provisória da criança para a avó, que mora no Distrito de Anhanduí, em Campo Grande.

Conselheiras tutelares levaram a criança para a avó no fórum da cidade.

A criança esteve o tempo todo ao lado da mãe quando ela foi vítima de violência, segundo os relatos divulgados pela polícia. Depois do desaparecimento de Eliza Samúdio, o menino foi encontrado com uma amiga da esposa de Bruno e a partir daí as evidências sobre o envolvimento do jogador no crime ficaram mais fortes.

Sem a mãe, a criança desenvolveu problemas respiratórios [bronquite] e a avó o levou para exames com pediatra. O avô, que perdeu a guarda, chegou a entrar com recurso para que o menino não fosse entregue a Sonia Moura. Ele alegou que o bebê estava doente e precisava de tratamento, mas o juiz não aceitou a justificativa e determinou que a criança fosse entregue para a avó.

“Ela está muito abalada, mas não vai sair um minuto de perto do neto. A criança vai preencher uma lacuna muito grande na vida dela”, conta uma pessoa próxima à família. Sonia teria sido vítima de agressões psicológicas e físicas quando viveu com Luis Carlos Samudio que teria separado a filha da mãe.

Ao deixar o aeroporto junto com o novo membro da família, Sônia Moura espera virar a página e poder escrever uma nova história.

(Colaborou Reginaldo Coelho).