Moradores do Jardim das Hortênsias e e jornalistas deverão acompanhar um dos júris mais polêmicos registrados em Campo Grande, o da morte do menino Luiz Eduardo, 10.

Moradores do Jardim das Hortênsias e e jornalistas deverão acompanhar um dos júris mais polêmicos registrados em Campo Grande, o do Caso Dudu. Amanhã estará no banco dos réus o aposentado José Aparecido Bispo da Silva, preso desde fevereiro do ano passado, acusado de mandar matar Luiz Eduardo, o Dudu, 10, seu ex-enteado. Amigos e familiares do menino deverão lotar o local do julgamento, no Fórum de Campo Grande. 

A Promotoria terá como embasamento o processo com as informações coletadas pela delegada da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Adolescência, Infância e Juventude), Maria de Lourdes. As provas testemunhais dão suporte à denúncia.

Já a defesa, deverá se ater ao fato do Instituto de Criminalistíca não ter conseguido através do exame de DNA da suposta ossada carbonizada precisar se os restos eram mesmo do menino Dudu.

Defesa

Silva nega participação no crime, mas testemunhas detalharam à Justiça como e por que o réu mandou matar a criança a pancadas, enterrar o corpo, desenterrar e por fogo no cadáver, um meio de escapar de pistas que pudessem incriminá-lo depois. Uma das correntes da investigação sustenta que o acusado contratou um adulto e três adolescentes para matar o menino.

O assassinato do menino – “Caso Dudu”, como ficou conhecido na imprensa campo-grandense – virou tese de conclusão de curso de Jornalismo. Duas situações teriam motivado o crime, ocorrido no Jardim das Hortências, segundo apuração policial.

Uma delas: Bispo da Silva quis se vingar da mãe de Dudu, Eliane Aparecida, com quem viveu por oito anos e não queria mais saber da união, rompida três anos antes do crime. Outra linha de investigação, que consta no processo: o menino estaria devendo uma certa quantia em dinheiro a um adolescente ligado a Bispo da Silva, que seria um traficante de droga. Dudu teria participação na distribuição de pasta-base, suspeita não confirmada oficialmente.

O julgamento, confirmado na sexta-feira pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, deve durar a quarta-feira inteira. Ao menos 12 testemunhas devem ser ouvidas. Réu pode pegar pena máxima, ou 30 anos de prisão.

Dudu teria sido morto por Holly Lee de Souza, também preso, e outros três adolescentes. Por determinação de Cido, o garoto teria sido dominado pelo trio, apanhado, depois levado para a casa do suposto mandante, onde a tortura continuou.

Mais tarde, a criança foi levada até um matagal próximo, conhecido como “Cemitério dos Cachorros”, onde foi surrado até a morte. O corpo da vítima foi enterrado, mas um mês depois, também por ordem de Cido, desenterrado, cortado em pedaços, queimado e posto de volta na cova.

O corpo do garoto foi localizado em março do ano passado por meio do depoimento de um adolescente supostamente envolvido no crime. Até hoje o corpo achado não foi identificado como do garoto, nem enterrado. A perícia sul-mato-grossense informou que o fogo fragmentou demais o cadáver e isso dificultou o exame de DNA, meio mais eficaz de identificação. Após o julgamento é que a família vai poder sepultar o corpo de Dudu.

Caso

Dudu sumiu de sua casa, no Jardim das Hortências, onde morava com irmãos e o pai, o vendedor de salgados, Roberto Gonçalves, de 61 anos idade. Desde o início Bispo Gonçalves é apontado como o suspeito número um do crime. Ocorre que a polícia o prendeu somente após ter achado um cadáver, em março do ano passado

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