Outros três suspeitos de participação no desaparecimento e morte de Eliza Samúdio, que prestaram depoimento durante a tarde desta segunda-feira no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHIPP) de Belo Horizonte, não responderam às novas perguntas que foram feitas pelos delegados responsáveis pelo inquérito.

De acordo com o advogado Frederico Franco, Wemerson Marques de Sousa, o Coxinha, Elenilson Vítor da Silva e Flávio Caetano de Araújo prestaram o depoimento separados, cada um para um investigador. Os trabalhos foram conduzidos pelos delegados Júlio Wilke, Alessandra Wilke e Ana Maria Santos.

Flávio Araújo, o Flavinho, é perueiro e motorista de Bruno. Segundo a polícia, ele deixou o sítio com o jogador por volta das 19h30 do dia 8 de junho, momentos antes de Eliza sair do local em um veículo com Macarrão e o adolescente. Para os investigadores, essa foi uma tentativa de despistar testemunhas, para que o atleta e a ex-amante não fossem vistos juntos.

Elenilson Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas e irmão de criação de Macarrão, afirmou em seu segundo depoimento à polícia que levou comida para a ex-amante do goleiro e o filho dela. Já Wemerson Sousa, o Coxinha, teria acompanhado Flavinho quando a mulher de Bruno, Dayane, entregou o bebê (que supostamente é filho do goleiro) para que fosse escondido, depois que a polícia recebeu denúncia do desaparecimento de Eliza Samudio. O trio foi preso na sexta-feira.

“Foram cerca de 20 perguntas para cada um, alguns responderam mais e outros menos. As perguntas que já haviam sido feitas no primeiro depoimento foram confirmadas. As perguntas novas, eles se reservaram o direito de não responder”, afirmou Frederico Franco, um dos advogados dos três.

Depois do depoimento, os três voltaram para a penitenciária de Nelson Hungria. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que tinha prestado depoimento mais cedo, sem responder às questões, também voltou para a unidade prisional. A estratégia de manter silêncio já havia sido adotada na semana passada pelo goleiro Bruno e pelo amigo dele, Macarrão.

Segundo o advogado Zanoni Manoel de Oliveira Júnior, defensor de Bola, a polícia questionou se ele conhecia Eliza Samudio, o goleiro Bruno, Macarrão, o adolescente e os demais suspeitos de participação no caso. Perguntou, também, se ele havia sido policial e a razão de ter saído da corporação, se é adestrador de cães e que uso fazia dos animais. Os delegados questionaram, ainda, se ele matou a ex-amante do goleiro e se a esquartejou. Para todas as perguntas, a resposta teria sido mesma: “me reservo o direito de ficar calado e só falar em juízo”.