A Casa Branca realiza uma grande ofensiva eleitoral determinada, apesar das pesquisas adversas, a lutar para garantir as ambições de reforma do presidente americano Barack Obama. A 15 dias do pleito, tanto o presidente Obama quanto o vice Joe Biden, e também a primeira-dama Michelle Obama, percorrem os Estados Unidos de Leste a Oeste para tentar convencer os eleitores a conceder um novo voto de confiança aos democratas.

O casal presidencial faz campanha junto pela primeira vez desde 2008 neste domingo em Ohio. Cada um apresenta uma questão diferente: o presidente Obama fala dos ataques contra a “obstrução” feita pelos republicanos no Congresso que, segundo ele, refrearam as reformas; Biden volta-se à classe média, numa tentativa de evitar que se alinhe ao populismo dos conservadores do “Tea Party”; Michelle Obama faz discursos emocionados, com apelos à paciência.

O presidente fez campanha em pelo menos nove Estados em 11 dias, e se somou na sexta-feira a seu vice para defender a vaga de senador que Biden ocupou durante 36 anos em Delaware, disputada por uma integrante do “Tea Party”, Christine O”Donnell. “Não há nenhuma dúvida de que é uma eleição difícil. É difícil aqui e em todo o país”, afirmou Obama evocando a situação econômica dos Estados Unidos, à mercê de um desemprego elevado.

Segundo John Pitney, professor de ciências políticas no Claremont McKenna College, “os democratas se preparam para importantes perdas. Não há muita coisa que possam fazer. O presidente e outros líderes podem ir fundo na campanha, mas a retórica fará pouca diferença”.

Os republicanos precisam de 39 vagas suplementares na Câmara do Representantes para tirar a maioria dos democratas, o que parece possível. No Senado, os democratas gozam de maioria de 59 cadeiras num total de 100, contando com dois senadores independentes. Os republicanos devem, então, conquistar pelo menos 10 vagas, o que parece difícil, mas não impossível.

Segundo Nate Silver, analista e estatístico, as pesquisas melhoram para os democratas em alguns Estados como Nevada e Virgínia, o que torna as perspectivas de tomada de controle dos republicanos mais “distantes”. Em Nevada, o líder da maioria do Senado, Harry Reid, defende sua cadeira ante uma outra representante do “Tea party”.

Enquanto isso, o financiamento das campanhas eleitorais permanece bem no centro dos debates, num momento em que somas astronômicas continuam a verter nas legislativas consideradas as mais caras da história americana. Segundo o “Center for responsive politics”, um centro de análise, mais de US$ 3,4 bilhões já foram gastos na campanha.