Carta diz que plano era matar também filho de Eliza Samudio que está em MS

Na audiência para ouvir réus no processo que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, nesta segunda-feira (8), a promotoria apresentou uma carta enviada pela mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza. Na carta, Dayanne diz que em conversa com Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, ele teria dito que o objetivo de Luiz Henrique […]

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Na audiência para ouvir réus no processo que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, nesta segunda-feira (8), a promotoria apresentou uma carta enviada pela mulher do goleiro Bruno, Dayanne Souza.

Na carta, Dayanne diz que em conversa com Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, ele teria dito que o objetivo de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, era matar Eliza e o filho. A carta foi lida pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues e Dayanne confirmou o teor e o envio.

No texto, Dayanne afirma ainda que cuidar do bebê foi “a decisão errada mais certa que ela já tomou” e que, no começo das investigações, Macarrão teria dito para ela negar à polícia a existência da criança.

Dayanne foi presa em junho deste ano depois de tentar esconder o filho de Eliza Samudio. Em depoimentos anteriores, ela já confessou que cuidou do bebê. Segundo o inquérito, ela tomou conta da criança a pedido de Macarrão. A carta teria sido escrita logo após a prisão de Dayanne.

Um dos advogados de Macarrão disse ao G1 que a carta não pode ser anexada aos autos. “Essa carta foi apresentada como surpresa no processo. A prova precisa ser conhecida pelos advogados para que eles exerçam o contraditório e a ampla defesa”, disse Wasley César de Vasconcelos.

O advogado acredita que Dayanne foi orientada a escrever a carta. “Com certeza foi orientação de algum advogado. Ela transfere toda a responsabilidade para o meu cliente, seria uma autodefesa”. Ele afirmou ainda que a defesa dos réus mantém como principal argumento “a falta de materialidade do crime, pela inexistência do corpo de Eliza”.

Também nesta segunda-feira (8), Dayanne afirmou à juíza que, no sítio do goleiro Bruno no dia 9 de junho, perguntou a Eliza se ela tinha sido agredida, pois estava com o dedo inchado. Segundo Dayanne, Eliza respondeu que tinha machucado o dedo na porta. A acusada disse ainda que não discutiu em nenhum momento com Eliza e que, na ocasião, a modelo teria dito que estava no sítio para “resolver algumas coisas” com Bruno.

Antes de começar a interrogar a réu, foi lido o primeiro depoimento prestado por Dayanne à polícia no dia 16 de julho. Após a leitura, ela confirmou que cuidou do bebê, mas que não sabia sobre o paradeiro de Eliza.

Ela disse ainda que, logo depois da polícia começar a investigar o caso, Bruno convocou uma reunião de família e chorando muito anunciou que seria preso. Segundo Dayanne, o goleiro teria dito à família que não sabia onde estava Eliza Samudio.

A promotoria fez nova intervenção e questionou Dayanne sobre tortura. Ao promotor Gustavo Fantini, ela disse que sofreu pressão psicológica dos delegados da Polícia Civil, mas que deu o depoimento por vontade própria. Ela disse ainda que as delegadas Ana Maria e Alessandra Wilke afirmaram ter em mão uma suposta carta anônima que a incriminava.

O G1 tentou entrar em contato com advogado de Dayanne até às 13h desta segunda-feira (8).

Entenda o caso

O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.

O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro respondem na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos é o único que responderá por dois crimes. Ele foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.

A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento. Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

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