Brasileiro é aprovado em 4 universidades nos EUA

O estudante Leonardo Pereira Stedile, de 18 anos, terá uma difícil escolha nos próximos dias. Ele foi o primeiro brasileiro a garantir uma bolsa integral por mérito na Duke University, na Carolina do Norte, EUA, mas também foi aprovado nas americanas Princeton, Columbia e Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia). “Depois que eles te aceitam, […]

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O estudante Leonardo Pereira Stedile, de 18 anos, terá uma difícil escolha nos próximos dias. Ele foi o primeiro brasileiro a garantir uma bolsa integral por mérito na Duke University, na Carolina do Norte, EUA, mas também foi aprovado nas americanas Princeton, Columbia e Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia).

“Depois que eles te aceitam, tentam fazer com que você aceite estude lá”, diz o estudante. Apesar de já ter ganho a bolsa – que representa uma economia de US$ 55 mil por ano -, Stedile pretende conhecer todas as universidades antes da decisão final. Ele embarca nesta terça-feira para os Estados Unidos. Nas outras três instituições, tem bolsas de 60% (Princetone e Caltech) e 40% (Columbia).

“Ele tem que descobrir qual tem seu perfil”, diz Edmilson Mota, coordenador do Etapa, onde Stedile cursou o ensino médio. Ele esteve hoje no colégio e deu até palestras para os alunos.

Stedile vai passar entre três e quatro dias em cada cidade, conversando com alunos, conhecendo a estrutura e analisando o que é melhor para seu futuro. É difícil encontrar qual seria um caminho ruim entre as universidades de ponta que estão entre suas opções, mas Stedile sabe bem o que quer: uma formação ampla e interdisciplinar. “Quero estudar algo entre engenharia e economia”, diz.

O modelo de ensino superior americano possibilita esse tipo de graduação. Primeiro, o aluno passa na universidade. Depois é que vai escolher o curso e as disciplinas. Antes mesmo de embarcar, ele reflete sobre cada uma. “A Caltech é muito focada em ciências, e talvez minha formação em humanas fique fraca. Já Princeton acho que tem os melhores professores, são os pesquisadores mais famosos”, diz.

Ele não duvida que pode se surpreender com a Columbia, para a qual tem a menor bolsa, mas até agora a Duke tem a preferência. Foi a única que ele já conheceu – e até trouxe um agasalho de lá (na foto).

Mérito

Stedile se destacou entre os 27 mil candidatos que concorreram para ingressar na Duke. Nos Estados Unidos não há vestibular. O aluno tem que realizar o SAT (prova padrão para ingresso nas universidades americanas), submeter à faculdade cartas de recomendação de professores, histórico escolar, e passar por entrevista com um ex-aluno.

Além de ser aprovado, foi um dos 300 pré-selecionados para a bolsa por mérito, para a qual todos concorrem. “Consegui a bolsa numa categoria de alunos com perfil mais interdisciplinar, que é a mais prestigiada”, conta.

Teve que enviar um trabalho acadêmico – como não tinha, mandou uma adaptação de uma palestra de biologia que havia preparado – e uma redação sobre o que mudaria caso tivesse que fazer o ensino médio novamente. “Escrevi que me arriscaria mais e faria coisas que não fiz, como uma aula de coral que perdi para me preparar para uma olimpíada estudantil”, diz ele. Stedile foi um dos 40 estudantes do mundo todo chamados para entrevista. Foi bem e ficou entre os 25 bolsistas.

Preparação

Antes das aprovações, Stedile era presença garantida em inúmeras olimpíadas estudantis. Já esteve no México, Taiwan e até no Irã em competições de matemática, física e astronomia. “No Irã, conhecemos até o presidente Mahmoud Ahmadinejad. O discurso dele foi bem religioso, mas para quem é visto como louco, pareceu alguém bem centrado.”

Foi durante uma dessas competições, quando ainda cursava a 6ª série, que surgiu o interesse de estudar em um universidade americana. “Fiz um amigo que conseguiu ir para o MIT (Massachusetts Institute of Technology) e vi que era possível”, afirma. “As universidades americanas não querem um aluno que tenha uma nota ótima e não faça nada na vida”, afirma ele, que de quebra foi aprovado na USP e Unicamp em Engenharia.

O estudante, que usa a bicicleta para manter a forma, garante que foram poucas as vezes que deixou de se reunir com amigos para estudar. “Sempre consegui dividir os estudos com minha vida pessoal”, diz.

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