A bolsa de valores brasileira acabou por sucumbir ao nervosismo e fechou em queda nesta quinta-feira, com a desvalorização de papéis ligados à commodities e da própria BM&FBovespa arrastando o índice, mesmo com a ligeira alta observada no mercado americano. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, fechou em baixa de 1,07%, aos 69.652 pontos. Na máxima o índice chegou a subir quase 0,8%. O giro financeiro foi de R$ 7,33 bilhões.

Durante a parte da manhã, o Ibovespa subiu em linha com os mercados em Nova York. Porém, na parte da tarde o mercado brasileiro não conseguiu sustentar a alta, abatido pela desaceleração dos principais índices de Wall Street e em meio a uma série de dúvidas como as perspectivas de novas medidas do governo no âmbito cambial e frente à reunião do G20, que começa na sexta-feira.

“Esta semana estamos pior do que o mercado externo. Os mercados estão desequilibrados, a volatilidade é grande com a reunião do G20, é até natural, e com a promessa do governo de tomar mais medidas se preciso os mercados ficam mais sensíveis”, afirmou o economista-chefe da corretora Ágora, Álvaro Bandeira.

Nos Estados Unidos, os principais índices de ações conseguiram terminar o dia em leve alta, em sessão volátil. Bons balanços corporativos ajudaram o Dow Jones a subir 0,35% e o Standard & Poor’s a ganhar 0,18%.

No Ibovespa, as principais ações do pregão ajudaram a levar o índice ao vermelho. As preferenciais da Petrobras recuaram 3,32%, para R$ 24,16, enquanto as ordinárias perderam 2,98%, para R$ 26,68.

As preferenciais da Vale registraram queda de 1,97%, para R$ 48,33, e as ordinárias cederam 1,61%, a R$ 53,90.

Mais uma vez esta semana as ações da BM&FBovespa registram perdas acentuadas. O papel da empresa caiu 3,2%, para R$ 13,63, e teve o terceiro maior giro do pregão, atrás apenas das preferenciais de Petrobras e Vale.

O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, disse nesta quinta-feira que levará de 15 a 20 dias para que a bolsa tenha uma estimativa do impacto em seus negócios da elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para estrangeiros nas margens de garantias em derivativos, anunciada pelo governo na segunda-feira.

Do lado positivo, a maior alta da sessão entre as ações dentro do Ibovespa ficou a cargo das ordinárias da produtora de celulose Fibria, que dispararam 7,68%, para R$ 28,88.

Dados da Pulp and Paper Products Council (PPPC) mostraram que os estoques globais de celulose caíram em setembro em dois dias, para o equivalente a 32 dias de demanda. Além disso, os embarques de celulose no mundo cresceram 14% em setembro na comparação mensal, para o maior nível desde o começo de 2008, com destaque para a demanda chinesa.

Os indicadores da PPPC levaram analistas a descartarem, ao menos para o curtíssimo prazo, a possibilidade de uma redução de preços da celulose.