A Bovespa devolveu nesta quinta-feira uma parte da expressiva valorização (2,96%) do dia anterior, encerrando em baixa moderada de 0,39%, aos 66.808,08 pontos, assumindo direção oposta à das Bolsas em Nova York. A realização de lucros foi contida pela alta forte das ações preferenciais de Petrobrás, que subiram mais de 2%, espelhando o sentimento de alívio dos investidores com a confirmação do tão esperado preço do barril de petróleo que será cedido onerosamente pela União à estatal em linha com o esperado pelo mercado.

Ontem à noite, o governo anunciou que o valor da cessão onerosa que a União fará à Petrobrás será US$ 42,533 bilhões, o correspondente a R$ 74,807 bilhões, fixando em US$ 8,51 o preço médio do barril do petróleo.

Com a remoção dessa dúvida, que consumiu quase 25% do valor das ações da estatal este ano, os investidores voltaram a depositar confiança no papel. E prova disso foi o bom giro financeiro dos papéis de Petrobrás, que responderam por 18,38% dos negócios, movimentando R$ 939,677 milhões. “Muitos investidores que estavam vendidos em Petrobrás agora estão diminuindo ou zerando posições apostando que a capitalização vai sair”, disse uma fonte.

As preferenciais da petrolífera, que chegaram a subir mais de 3% na abertura, atravessaram o pregão em alta consistente para fechar cotadas a R$ 27,60, ganho de 2,11%. Já as ordinárias oscilaram o tempo todo e fecharam em ligeira baixa, de 0,03%, valendo R$ 31,24.

Já as ações da Vale, assim como outros papéis do complexo metais, foram alvo de realização de lucros, após terem subido ontem mais de 4%, sem se ater à alta renovada das commodities metálicas no exterior hoje. Vale PNA recuou 1,04% e a ON cedeu 0,96%.

Nos Estados Unidos, as bolsas terminaram bem o dia, repercutindo uma série de indicadores favoráveis. A alta não foi maior por causa da cautela que antecede a divulgação do payroll (dado de emprego) de agosto amanhã. O Dow Jones subiu 0,49%; o S&P 500 avançou 0,91% e o Nasdaq teve ganho de 1,06%.

Entre os dados que surpreenderam positivamente nos EUA estão as vendas das grandes redes varejistas, que registraram crescimento de 3,3% em agosto (o esperado era alta de 2,5%), ante expansão de 2,7% em julho. Além disso, as vendas pendentes de imóveis subiram 5,2% em julho, após registrarem dois meses consecutivos de queda, contrariando a previsão de recuo de 1%.

Do lado do mercado de trabalho, os dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego também trouxeram conforto ao registrarem queda maior do que a projetada. O número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego recuou 6 mil, para 472 mil, na semana até 28 de agosto. A previsão era de declínio de 3 mil.