Dona de uma das maiores jazidas de minério de ferro do mundo, a Bolívia quer redimensionar o potencial de outros minerais do maciço de Mutún, localizado na cidade de Puerto Suárez, na província de Germán Busch, na região de fronteira com Corumbá. Há suspeitas, por parte do Governo daquele país, que a morraria de Mutún abrigue também um depósito de jazidas de ouro.

“Vamos iniciar imediatamente o estudo da exploração em larga escala e com uma duração máxima de oito meses”, disse à Agência Boliviana de Informação (ABI) o presidente da Empresa Siderúrgica de Mutún (ESM), Sergio Alandia. A ESM é o braço estatal que controla a exploração do megacomplexo de siderurgia em sociedade com a indiana Jindal Steel & Power.

O estudo geológico, explicou Alandia, quer definir com “precisão” a quantidade e a qualidade do mineral existente na região. “Obviamente não há apenas de minério de ferro, mas também cádmio, bromo, ítrio, titânio, vanádio, cobre e ouro”, disse.

De acordo com o presidente, o levantamento técnico também vai apurar o quanto os minerais são “viáveis economicamente” e se têm “apelo comercial”.

Reforçando a teoria aurífera, o presidente da Corporação Mineira da Bolívia, Hugo Miranda, afirmou a ABI – órgão oficial de comunicação do Governo Boliviano – que avaliações técnicas preliminares “trouxeram indícios de que poderia haver ouro”.

 Miranda argumentou que se for comprovada a existência de uma reserva de ouro, a descoberta trará impacto extremamente positivo para o desenvolvimento do país. “Trará uma receita extraordinária para a Bolívia, além dos gerados pelo minério de ferro”, finalizou.

Manganês e ferro

Mutún tem reservas estimadas em 40 bilhões de toneladas de ferro e 10 bilhões de toneladas de manganês. A empresa indiana, Jindal Steel assinou com o governo boliviano um contrato de partilha de riscos para explorá-las. O investimento é superior a 2,2 bilhões de dólares.