Banco do Brasil amplia recursos para aumentar financiamentos da casa própria
O Banco do Brasil (BB), estreante no setor de crédito imobiliário, lançou mão de uma nova fonte de recursos para expandir a oferta de financiamentos para quem quer adquirir a casa própria. A instituição assinou neste mês os primeiros contratos de financiamento para pessoas físicas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço […]
O Banco do Brasil (BB), estreante no setor de crédito imobiliário, lançou mão de uma nova fonte de recursos para expandir a oferta de financiamentos para quem quer adquirir a casa própria. A instituição assinou neste mês os primeiros contratos de financiamento para pessoas físicas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“É um funding [fonte de recursos] que vai ajudar nessa expansão do crédito imobiliário”, disse à Agência Brasil, o gerente executivo de Empréstimos e Financiamentos do BB, João Martins Felcar. Segundo ele, o banco “paga menos” para captar esses recursos, mas a taxa ao tomador final é estabelecida em regras, o que equilibra a balança de ganhos da instituição.
Para Felcar, o crédito imobiliário é a “última fronteira” que a instituição precisava passar. O BB iniciou a atuação no crédito imobiliário, com recursos próprios por meio do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), em dezembro de 2007. A autorização para oferta de crédito por meio do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com recursos de poupança e do FGTS, veio em julho de 2008.
As primeiras unidades financiadas pelo BB com recursos do FGTS são de Sorocaba e São Bernardo do Campo e estão enquadradas no programa Minha Casa, Minha Vida. As operações atendem famílias com renda de R$ 1.395 até R$ 4,9 mil. Para atuar em faixa abaixo dessa escolhida pelo banco, Felcar disse que ainda é preciso adquirir conhecimentos, pois seria preciso fazer parcerias com prefeituras e governos estaduais. “É a decisão estratégica até o momento, o que não significa que não pode ser reformulada daqui a pouco”, afirmou.
Segundo Felcar, o banco pretende financiar, em breve, unidades em outros municípios de São Paulo, em Mato Grosso, em Mato Grosso do Sul, em Minas Gerais e em Goiás. “Daqui a pouco estaremos em todos os estados. Vamos trabalhar com grandes, médias e pequenas construtoras. Estamos em um momento de aquecimento muito grande de venda de imóveis”, disse. A estratégia do BB é financiar as construtoras e também os compradores dos imóveis, o que já faz desde desde o fim do ano passado, e agora é a vez das pessoas físicas.
De acordo com dados do banco, foram financiadas até agora a compra de 9,5 mil unidades, no valor de R$ 100 milhões. Felcar disse que a ideia não é competir com a Caixa Econômica Federal (CEF) na oferta de crédito crédito imobiliário. “A Caixa tem nos ajudado bastante a entender as normas [referentes à oferta de crédito com recursos do FGTS]”, disse. Se forem consideradas todas as fontes de recursos, atualmente a Caixa tem 81,8% do mercado de crédito imobiliário e o BB está com 2%.
No caso do crédito com recursos do FGTS, a Caixa fica com quase 100%, “uma vez que os demais bancos praticamente não operam neste segmento”, informou a CEF. Neste ano, até o dia 6 de julho, foram aplicados pela Caixa no financiamento habitacional R$ 14,1 bilhões provenientes do FGTS, um acréscimo de cerca de 100%, na comparação com o mesmo período de 2009 (R$ 7,08 bilhões). Em todo o ano passado, o total chegou a R$ 21,1 bilhões.
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