Bancadas federais do PR, MS, SC e RS querem Ferrosul no PAC 2

Em reunião com o chefe de gabinete da Casa Civil da Presidência da República, Gilles de Azevedo, nesta quarta-feira (17), em Brasília, o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, e a representação das quatro bancadas federais da região Sul (PR, SC, RS e MS), tiveram a confirmação de que a ministra Dilma Rousseff está empenhada na […]

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Em reunião com o chefe de gabinete da Casa Civil da Presidência da República, Gilles de Azevedo, nesta quarta-feira (17), em Brasília, o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, e a representação das quatro bancadas federais da região Sul (PR, SC, RS e MS), tiveram a confirmação de que a ministra Dilma Rousseff está empenhada na inclusão do projeto da Ferrosul no PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento).

¨A reunião consolidou uma união política poucas vezes conseguida no Sul do Brasil¨, ressaltou o presidente da Ferroeste. ¨O movimento iniciado na base da sociedade, em mobilizações regionais no Mato Grosso do Sul, Sudoeste do Paraná, que se estendeu ao Oeste de Santa Catarina e alcançou o Rio Grande do Sul, levou os governadores e as assembléias legislativas do Sul do Brasil e se unirem em torno da retomada do papel do Estado no planejamento, construção e operação de ferrovias. Agora, as bancadas federais trazem um novo e decisivo vigor à luta pela Ferrosul¨.

¨Os parlamentos estaduais já haviam se manifestado com clareza em manifesto firmado pelos presidentes dos quatro estados da região do Codesul. Agora, as quatro bancadas federais dão as mãos e manifestam-se de modo uníssono ao governo federal em apoio aos projetos da Ferrosul¨, disse Gomes.

Para o deputado Henrique Fontana (PT/RS), líder do governo Lula na Câmara Federal, a reunião com a chefia de gabinete foi ¨bastante positiva¨ e serviu para ¨reafirmar a diretriz do governo Lula de recuperar e ampliar a malha ferroviária no país, e especialmente de atender a reivindicação da representação das bancadas do Sul, que é estender que a ferrovia Norte-Sul de Panorama, em São Paulo, até o porto de Rio Grande (RS)¨. Segundo Fontana, o chefe de gabinete, Gilles de Azevedo, ¨acolheu de forma positiva e compreende a importância estratégica da extensão da ferrovia¨.

De acordo com o presidente da Ferroeste, o trecho paranaense da Norte-Sul, em bitola larga, ¨vai coincidir com traçado do projeto da Ferroeste pelo Sudoeste do Estado até Chapecó, em Santa Catarina¨. Segundo Gomes, os estudos de viabilidade vão definir exatamente quais serão os outros traçados.

Para o deputado Geraldo Resende (PMDB/MS), o governo federal sinalizou durante esse encontro, com a intenção de contemplar projetos ferroviários da região no PAC 2. ¨Dentro de um complexo de projetos ferroviários¨ ,disse o deputado, ¨está o da Ferrosul: queremos construir um sistema ferroviário que possa atender todos os quatro estados¨. O deputado do MS ressaltou que a reunião ¨aponta efetivamente¨ para a solução de um problema que afeta

Estados ¨que produzem parte substantiva da riqueza do país e sofrem com os percalços na logística de transportes para chegar aos portos¨. A ferrovia é um dos meios de transporte mais baratos¨, lembrou.

Também participaram da reunião na Casa Civil, o representante da bancada catarinense, deputado José Carlos Vieira (SC/PR); o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Ferroviário, deputado Jaime Martins (MG/PR); e o líder da bancada paranaense, deputado federal Alex Canziani (PTB/PR).

União

Para o presidente da Ferroeste, ¨graças a esta inédita união e irresistível força política, as populações dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul já podem comemorar uma grande vitória: teremos novas ferrovias, em bitola mista – larga e métrica – unindo nossa região e seus portos e integrando-os com o Centro Oeste, Nordeste e Norte do Brasil, através das linhas da ferrovia Norte Sul e Transnordestina¨.

Para Gomes, é igualmente uma boa notícia que a relatoria do projeto de lei n. 7459 tenha sido atribuída ao deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), que foi secretário dos transportes do Rio Grande do Sul na gestão do governador Olivio Dutra e que está consciente da importância deste projeto para o desenvolvimento da região Sul. ¨Seu relatório certamente acolherá no PNV os projetos da Ferrosul¨. Como a votação é terminativa, observa Gomes, o projeto de lei vai diretamente para o Senado, ¨onde precisaremos mais uma vez fazer a voz dos estados do Codesul ser ouvida para que tenhamos uma aprovação rápida¨.

Do ponto de vista do governo do Paraná, de acordo com o presidente da Ferroeste, o pensamento não é apenas de construir ferrovias. ¨É preciso que o modelo de gestão herdado do governo FHC e mantido pelo governo federal seja alterado. O país não pode continuar assistindo monopólios privados se adonarem das ferrovias brasileiras para esfolar os produtores, abandonar regiões inteiras, predar o patrimônio público e encarecer artificialmente o frete em prejuízo dos interesses nacionais¨, disse Gomes.

¨O momento eleitoral que se avizinha nos Estados e na esfera federal é propício para que esta reflexão seja feita e os rumos atuais sejam profundamente alterados¨, continua Samuel Gomes. ¨O Brasil precisa de transporte ferroviário barato e apoio a regiões menos desenvolvidas. Para isso, o Estado deve assumir um protagonismo indispensável. Monopólios naturais, como são as ferrovias, não podem ser deixados ao livre jogo das forças do mercado, sob pena dos grandes pisarem os pequenos e a economia nacional perder eficiência e competitividade¨.

¨Nos EUA, a manutenção da navegabilidade na hidrovia do Mississipi é garantida pelo Exército. Por que não podemos ter o Exército brasileiro sendo responsável pela manutenção das nossas hidrovias e ferrovias?¨, pergunta Gomes. ¨É isso que o Paraná está propondo ao Brasil. Queremos que as ferrovias da Ferrosul sejam construídas sob a supervisão do Exército, para garantir preços justos e a qualidade técnica indispensável¨. O presidente da Ferroeste, prossegue: ¨E depois de construídas, queremos que o Exército mantenha-se no trecho, fazendo o trabalho de manutenção, para que a ferrovia tenha assegurado o seu bom funcionamento e o patrimônio público sua longevidade. É disso que precisamos e não de banqueiros predadores brincando de empresas ferroviárias¨.

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