Arruda pode deixar prisão mais uma vez hoje para realizar um cateterismo

O governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), deve deixar a Superintendência da Polícia Federal em Brasília mais uma vez nesta quarta-feira para se submeter a um cateterismo cardíaco. Os médicos de Arruda querem identificar as causas de obstrução de uma das artérias coronarianas do ex-democrata. A obstrução foi detectada por uma […]

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O governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), deve deixar a Superintendência da Polícia Federal em Brasília mais uma vez nesta quarta-feira para se submeter a um cateterismo cardíaco.

Os médicos de Arruda querem identificar as causas de obstrução de uma das artérias coronarianas do ex-democrata. A obstrução foi detectada por uma tomografia do coração.

O médico particular de Arruda, Brasil Caiado, solicitou o novo exame para identificar o grau da lesão. “Não dá pra saber [se é grave]. Ele tem uma alteração que sugere que tem uma alteração na coronária. A placa de gordura obstrui parcialmente, mas tenho que estratificar com precisão para poder definir qual é o risco dele”, afirmou.

Segundo Caiado, o quadro de hipertensão e de depressão apresentado pelo governador afastado já existia antes da prisão, mas foi agravado com a custódia. Para o médico, o novo exame é importante para avaliar qual tratamento será adotado e se haverá ou não necessidade de internação.

“Eu optei por indicar um cateterismo cardíaco, que verifica com precisão essa lesão e estratifica o grau. É a partir do grau dessa lesão que a gente define o que fazer. Você leva um cateter no coração, injeta um contraste e faz um exame detalhado das coronárias. A doença coronária é a maior causa de morte no mundo. Quando você obstrui totalmente é o infarto. No caso dele não, eu tenho uma obstrução parcial. Uma alteração sugestiva de uma obstrução”, disse.

Na avaliação do médico, o estado de saúde de Arruda merece uma atenção especial pelo histórico familiar.

“Toda vez que um paciente tem um histórico como ele, que tem de dois irmão safenados, pai que morreu de doença coronariana aos 60 anos, existe a associação de hipertensão mais diabetes associado a depressão, você sempre fica mais preocupado com a saúde daquele paciente”, afirmou.

Desde que foi preso no dia 11 de fevereiro, Arruda deixou a prisão por três vezes para realizar exames, sendo que a tomografia foi realizada anteontem.

Na primeira, foi descartada a trombose (formação de coágulo de sangue) no pé direito, que foi operado no ano passado. Na ressonância realizada na semana passada, também não foi identificada nenhuma alteração no tornozelo.

Caiado disse que o tornozelo continua inchado e deve ser por causa da falta de fisioterapia.

Cassação

Ontem, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do DF decretou a perda do mandato do ex-democrata por desfiliação partidária.

A maioria dos integrantes da Corte seguiu o voto do relator Mário Machado e defendeu que Arruda deixou o DEM sem respaldo legal, mesmo estando ameaçado de expulsão.

O julgamento terminou empatado com três votos favoráveis a cassação e três contrários. A votação foi decidida pelo presidente em exercício, desembargador Lecir da Luz, que seguiu o voto do relator.

A defesa do governador cassado afirmou que a decisão não é imediata. A advogada Luciana Lóssio, que defende Arruda, afirmou que vai recorrer ao próprio TRE e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para tentar anular a cassação.

Segundo a advogada, Arruda “ainda é governador”. “A jurisprudência do TSE é no sentido de aguardar o julgamento dos embargos [recursos], nos casos de cassação de mandato de governador e eu espero e confio que se aguarde o julgamento dos embargos”, disse.

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